Espécie existe desde o período jurássico
Parte das belas paisagens do Sul do Brasil e provedora do pinhão, a araucária é uma árvore que existe desde o período jurássico e pode ter servido de alimento para algumas espécies de dinossauros. Existindo por mais de 200 milhões de anos, ela pode estar chegando ao seu fim devido ao desmatamento.
Segundo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, a araucária se encontra em risco crítico de extinção. Além disso, um estudo publicado na revista Global Change Biology prevê o fim da espécie até 2070 caso nenhuma ação seja tomada – apenas 3% da extensão original das florestas de araucária permanecem intactas. O pinhão é uma fonte de renda para diversas famílias no Sul do Brasil e é apreciado na gastronomia. Com o fim da araucária, a população que depende delas para sua subsistência seria prejudicada, assim como a cultura transmitida por gerações nos pratos típicos que usam a semente.
A bióloga Camila Martins Blos, do Departamento de Meio Ambiente de Dois Irmãos, conta que, na região, a maioria da população corta essas árvores para fazer lenha.
– Corremos um sério risco de perdermos a araucária e, consequentemente, as espécies da fauna que dependem dela para a alimentação e as famílias que dependem economicamente da colheita do pinhão serão prejudicadas. A araucária, assim como outras árvores, é ameaçada pelo corte para uso da madeira ou simplesmente porque a população julga que a árvore atrapalha e faz sujeira. Precisamos desconstruir este pensamento, pois as árvores apenas devolvem matéria orgânica ao solo, o que é benéfico – explica ela.