Situação da saúde provoca debate e cobranças na Câmara de Vereadores

01/04/2022
(Foto: Divulgação / Câmara)

(Foto: Divulgação / Câmara)

A procura por atendimento na saúde pública de Dois Irmãos bateu recordes em março, principalmente por conta da epidemia de dengue. A demanda anormal fez aumentar também o número de reclamações da população. Na Câmara de Vereadores, as manifestações são recorrentes e já provocam pequenos atritos. Paulino Renz (PDT) criticou o colega Elony Nyland na sessão da última segunda-feira (28).

– Quer mandar nos vereadores que cobram os problemas que tem na cidade. A professora Sheila levantou uma situação aqui e ele veio com duas pedras na mão pra cima da vereadora. Então quer dizer que os vereadores que não são da base do governo não podem falar na tribuna? O vereador Elony parece que quer proibir. O senhor tem que respeitar a nossa ideia e o nosso trabalho, como sempre respeitei o seu – disparou.

Ele também voltou a cobrar mudanças no atendimento.

– É vergonhoso um vereador ter que vir toda segunda-feira falar da saúde, porque aquele Postão é uma vergonha: é criança no meio dos adultos, uma confusão! Não adianta vir aqui dizer que é por causa da dengue; o povo não quer saber. O povo quer ser bem atendido. Nós somos pagos para cobrar essas coisas e os médicos são pagos para atender bem. Nosso prefeito Jerri não está cobrando o que tem que cobrar na saúde. As crianças têm que ser atendidas lá na frente – disse Paulino, referindo-se ao atendimento pediátrico, que antes era no Hospital São José e hoje ocorre na Emergência 24h.

Sheila da Silva (PT) igualmente lamentou a situação.

– A gente não fala de casos pontuais, mas de algo que está sendo corriqueiro. Compareci na Emergência 24h para observar de perto os problemas e confesso que é de chorar o que a gente vê. Vi mães e pais com crianças de colo, que a gente sabe que tem a imunidade mais baixa, misturadas aos adultos, todos esperando atendimento. Ouvi de um casal que saía quando eu cheguei que uma mãe com seu filho pequeno aguardava desde as 11h da manhã e foi atendida por volta das 16h. Está claro que misturar no mesmo ambiente atendimento pediátrico com adulto não está funcionando; a prática confirma isso. Por que não voltar ao sistema antigo em que o atendimento das crianças era feito numa ala separada no hospital? Antes o atendimento funcionava melhor e a gente até gastava menos dinheiro, pois os valores repassados para a gestão só aumentaram nos últimos anos – declarou.

Para Darlei Kaufmann (PSB), a Emergência não tem a capacidade necessária.

– Precisamos urgente rever a questão da pediatria. É muito provável também que falte incentivos que estimulem uma maior participação ativa de médicos, enfermeiros e outros profissionais nas questões que envolvem os atendimentos. Precisamos de medidas para melhorar a produtividade e achar uma maneira de motivá-los – afirmou.

Sergio Kroetz (PP) destacou o esforço dos profissionais de saúde.

– Sei que temos muita gente insatisfeita com a demora no atendimento, mas posso garantir que essas demoras não têm nada a ver com falta de comprometimento dos funcionários e nem com a falta de médicos. Nas vezes em que fui lá, tinha pelo menos uns dois médicos e três enfermeiros atendendo. Infelizmente, hoje, essas demandas estão acima da capacidade de atendimento – comentou.

 

Explicações da Secretaria da Saúde

Ramon Arnold (PP) leu um ofício assinado pela secretária da saúde, Júlia Lopes de Oliveira, dando conta do crescimento vertiginoso no número de atendimentos nas últimas semanas e de ações do poder público para amenizar a situação. Por fim, lembrou que a administração, tanto do hospital quanto da Emergência, é terceirizada, feita pelo IB Saúde.

– Segundo a secretária, a administração municipal não tem ingerência sobre os processos internos do hospital. Cabe à administração do hospital planejar, agir, avaliar e corrigir os problemas de atendimento no sentido de torná-lo mais eficiente e resolutivo. Mesmo assim estamos sempre atentos, dialogando e entregando feedbacks da população ao Hospital São José. Penso que na nova renovação de contrato nós, vereadores, possamos estar mais diligentes em pensar que o contrato possa ser amarrado de uma forma distinta – observou o presidente do Legislativo.

 

Líder de governo rebate oposição

Elony Nyland (MDB) rebateu a manifestação do colega Paulino.

– A saúde em Dois Irmãos funciona, sim, mas tem seus problemas como sempre falei. A gente fala e parece que não entendem o que a gente diz aqui. Não adianta vir aqui rebater quando não se entende o que o outro vereador fala. Parabéns, vereador, pelas cobranças que tu fazes na saúde pública, mas não mistura as coisas. A questão das crianças eu também cobro que é para separar, e espero que isso seja feito em breve. A demanda é em excesso; espero que essa dengue passe logo e que os atendimentos normalizem novamente – comentou.


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