Conheça o programa que auxilia a entrada e permanência de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

02/11/2021
Atualmente, 20 usuários estão inseridos no mercado de trabalho

Atualmente, 20 usuários estão inseridos no mercado de trabalho

Em 2015, foi criado na APAE o Programa de Promoção e Inclusão da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla no Mercado de Trabalho. Esse programa começou com a inserção de usuários da entidade no programa Jovem Aprendiz e, após isso, nas vagas formais. O intuito do programa é poder acompanhar e inserir os jovens e adultos no mercado de trabalho através da assistente social Joelma Brandt e da psicóloga Edinéia Caldato, garantindo a permanência deles nos empregos.

As ações deste projeto são em conjunto entre essas duas profissionais que atendem os jovens semanalmente na entidade, em grupos e em atendimentos individuais. Nas quintas-feiras, eles têm o atendimento com a assistente social na parte da manhã e à tarde. Também existe o grupo clínico e os jovens que recebem atendimento individual. As atividades desse programa são de apoio, orientação e encaminhamento no mercado de trabalho. As profissionais da entidade efetuam um atendimento direto com os usuários, mas também dão suporte para as famílias, como entrar em contato com a empresa para ver o número de vagas, ver como estão as condições do trabalho e fazerem os ajustes necessários. Neste programa, tenta-se encaixar os usuários em funções de acordo com as habilidades que possuem.

 

Seis empresas parceiras

Na atualidade, são 20 pessoas com deficiência (PCD) inseridas, na faixa etária dos 19 aos 32 anos. A APAE tem seis empresas parceiras, sendo cinco do município e uma em Novo Hamburgo. As empresas participantes são: Calçados Wirth, Calçados Pegada, CBC Couros, Supermercado Imec, Supermercado Unisuper e Usaflex. “Temos jovens aqui com oito anos na mesma empresa, porque são trabalhadas as dificuldades de relacionamento e os ajustes que precisam ser feitos”, destaca a assistente social.

A iniciativa protege os usuários com a intervenção quando necessário e por isso o acompanhamento é tão importante. Duas mulheres relataram que na saída das fábricas as pessoas se empurram e elas quase caem, com risco de acidente de trabalho. Trazendo queixas como essa no grupo, é possível resolver problemas laborais. Além disso, alguns relataram que já sofreram preconceitos no mercado de trabalho, como brincadeiras de mau gosto, por exemplo, imitando o jeito deles de falar ou serem chamados apenas de PCD e não pelo nome. Apesar de alguns problemas pontuais, a maioria se demonstra feliz por ter um emprego e com isso ter um salário, uma maior autonomia e uma maior participação social.

 

A opinião dos participantes

Roberto Frohlich, de 32 anos, trabalha no supermercado Imec como empacotador. Para ele, a parte boa de ter um trabalho é poder fazer novos amigos. “Conheci várias pessoas nesses anos de trabalho”, conta. Roberto relembra, com alegria, que seu nascimento foi um dos motivos que deu a origem da APAE no município de Dois Irmãos. “Eu comecei na APAE de Novo Hamburgo desde que eu nasci. Naquele tempo não tinha APAE em Dois Irmãos, e a história da APAE surgiu quando eu nasci”, comenta.

Luíza Ludwig Silveira, que tem 24 anos e trabalha na Usaflex medindo palmilhas e montando caixinhas, fala da sensação ao entrar no grupo de mercado de trabalho. “Foi a primeira vez que eu descobri habilidades que não sabia que eu tinha. Conheci pessoas novas, fiz amigos, ganhei salário e tive experiências diferentes”, explica.

Atauan Renato Barcelos, que trabalha na rede Unisuper e tem 31 anos, relata como a APAE foi importante para ele. “Aqui, eles acolheram bastante a gente e a cada quinta-feira temos atividades. Algumas pessoas têm preconceito, e essa visibilidade que a APAE dá para a gente é muito importante”, afirma.

Monica da Silva Silva tem 24 anos e trabalha na Calçados Wirth montando caixas. Ela fica entusiasmada em contar sobre o seu trabalho e, como todos os colegas, demonstra ter gratidão pelo trabalho feito pela entidade. “É muito bom aqui na APAE, eles são muito legais com a gente; a gente fica muito feliz quando vem”, resume.

 

Papel importante na inclusão

O Programa de Promoção e Inclusão da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla no Mercado de Trabalho tem um papel importante na inclusão dos usuários da APAE, e ajuda a transformar a realidade de pessoas que talvez sem o programa teriam uma maior dificuldade em se inserirem e terem uma permanência no mercado de trabalho.

Quando os jovens saem do período escolar, a outra forma de interação social é o ambiente de trabalho, e possibilitar que eles ocupem esses espaços e tenham um lugar na sociedade é algo que extrema relevância para um município.


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