Casal não tem saído de casa

Líria e Tarcillo Lawisch estão na quarentena desde março. Não é uma coisa fácil, porque o casal é muito ativo na comunidade tanto social quanto religiosa. Mas eles são rigorosos, não saem de casa pois assim se protegem do assustador coronavírus. “Que vamos morrer, vamos morrer”, brinca a Tia Líria, “mas não queremos morrer disso”, completa ela, sorrindo. 
A morte os rondou, pouco tempo atrás, e ela e o esposo tiveram uma experiência dramática em hospital, experiência que não desejam repetir. Tarcillo precisou ser internado ao sentir uma forte dor no peito, a famosa angina, e foi parar num hospital em Porto Alegre. No nosocômio, foi atacado por uma bactéria e precisou ir para a UTI. Foram 14 dias sem visita, conta Líria, “sem nem mesmo a esposa poder chegar perto, foi uma coisa terrível”. Em vista disso e também porque a recomendação é para que pessoas de mais idade se protejam, Liria e Tarcillo entraram em total confinamento. O casal é muito animado, se dão maravilhosamente bem e gostam de conversar. Isso ajuda a passar o tempo. Há, também, na casa, um jardim, “e cuidar das flores que amamos tem nos ajudado muito”, conta Líria. Mas ela admite: “Fácil não é. Eu, por exemplo, tenho bisneto, mas não consigo ver meu bisneto, só enxergo ele pelo Facebook. Melhora um pouco, pois ver ele por ali me consola e aquece o coração. Mas é triste, porque nós somos pessoas afetivas, carinhosas, pessoas que gostam de abraçar, de beijar, de estar próximas. E agora não dá. Mas, se isso servir para nos proteger e proteger a eles, vamos ficando”.