“Temos que respeitar a questão da saúde”, diz Klaus sobre volta do futebol

08/05/2020
Zagueiro tem treinado no União

Zagueiro tem treinado no União

O zagueiro William Klaus está literalmente em quarentena, completando 40 dias desde sua chegada a Dois Irmãos, no final de março. O jogador do Ceará vem treinando isoladamente no campo da AECB União, onde deu seus primeiros passos no futebol. 
Nesta semana, seu clube iniciou um trabalho de treinos online, mas uma possível volta aos gramados segue indefinida. O Estado do Ceará está entre os mais atingidos pela pandemia da Covid-19. Conforme dados atualizados na manhã desta sexta-feira (8), são 14,4 mil casos e 940 mortes – só na capital, Fortaleza, os casos passam de 10,1 mil e as mortes, de 720. “Temos que respeitar a questão da saúde. Não adianta voltar com o futebol, sendo que a saúde está um caos”, comenta o jogador de 26 anos.
Na última quarta-feira (6), pouco antes do seu treino, Klaus conversou com a reportagem do JDI sobre a carreira e o momento vivido pelo futebol. Após três temporadas no Internacional, o zagueiro dois-irmonense se transferiu para o Ceará no início deste ano e assinou contrato até dezembro de 2021. “Meu contrato com o Inter ia até o final de 2020. Um dos motivos para a saída foi justamente dobrar o tempo de contrato, além de buscar mais oportunidades para jogar”, diz ele, que virou titular no Vozão e já marcou três gols pelo novo clube.


Leia trechos do bate-papo:


PARADA NO CEARÁ
– Paramos de treinar no clube no dia 18 de março. Fiquei ainda 11 dias por lá, pois a recomendação no início era que ninguém poderia viajar, tinha que ficar à disposição do clube – ainda não se sabia a dimensão de tudo isso. Conseguimos voo e viemos para cá no dia 29, justamente para estar em casa e ter esse convívio com a família. Ainda fizemos a ‘quarentena’ aqui, ficando 14 dias sem sair.


ROTINA EM DOIS IRMÃOS
– Desde então, estava treinando por conta própria. O Ceará tinha feito uma cartilha de treinos, mas cada um seguia do jeito que conseguia. Agora, no início desta semana, tivemos uma reunião por videoconferência e na terça-feira (5) começamos a ter treinos online, com um preparador passando orientações por 45 minutos. Teremos esse tipo de treino três vezes por semana, que é mais um trabalho de academia. Nos outros dias, temos que ir para um campo ou esteira, também com uma recomendação de tempo para cumprir.


PROJEÇÃO DE RETORNO
– A primeira projeção era voltar no dia 21 de abril. A segunda, no dia 1º de maio, e depois, no dia 5, quando encerrava o decreto de isolamento no Estado. Acontece que agora o governador do Ceará prorrogou até 20 de maio, então até lá não voltaremos. 


VOLTA DO FUTEBOL
– Temos que respeitar a questão da saúde. Não adianta voltar com o futebol, sendo que a saúde está um caos. Temos que pensar também nos demais funcionários do clube, como o roupeiro e a cozinheira, que às vezes já têm mais idade. O fisioterapeuta do clube, que tem 28 anos, pegou o vírus e teve que ficar isolado. Na capital, a situação está bastante complicada.


ADAPTAÇÃO AO NORDESTE
– No início, é um baque, pois todos os lugares em que eu havia jogado foram no Sul. É uma cultura totalmente diferente, mas o clube me abraçou muito bem. O Ceará é um clube com estrutura, bem organizado, e às vezes a gente não tem essa visão olhando daqui. É o clube com o menor endividamento da Série A e com uma torcida espetacular. A gente não tem ideia do que é aquela torcida: os caras lotam o estádio em jogo de Campeonato Estadual, eles adoram futebol.


E O FRIO?
– Esquece o frio! Frio só de noite no ar condicionado. Faz muito calor. O Pinho (Fábio Kolling, dois-irmonense que também jogou futebol profissional e está morando em Fortaleza) me ajudou bastante no início. Cheguei a ficar um tempo no apartamento dele, até para ter essa noção da cidade. Foi muito legal a recepção.


RIVALIDADE ESTADUAL
– Moramos em Fortaleza, mas não dá para dizer o nome da cidade por causa do maior rival. A gente fala ‘capital do Ceará’. No Instagram, quando faço alguma postagem, tenho que marcar ‘capital do Ceará’. A rivalidade é gigante, e logo no primeiro clássico ainda fiz gol (empate em 1 a 1 na Arena Castelão, no dia 1º de fevereiro, pela Copa do Nordeste). Foi uma sensação incrível, de chegar num ambiente novo e fazer um gol no estádio lotado. Além disso, tenho uma memória muito boa do Castelão, de quando a gente subiu com o Juventude da Série C para a Série B.


PASSAGEM PELO INTER
– A avaliação é muita boa. Saí do Juventude e fui para um clube gigante. Era um sonho jogar no Inter. Até quando havia as propostas na mesa, meu pai disse: “É o Inter”. Foi um momento de amizades sensacionais, com caras de nível top. Semanas atrás, quando estava de aniversário, ainda conversei com o D’Alessandro e também mantenho contato com outros jogadores. Não imaginava ficar três anos no Inter.


JOGOS MARCANTES
– Teve aquele contra o Londrina, no fim de semana do Dia dos Pais, em que meu pai entrou em campo comigo. Vencemos por 3 a 1 no Beira-Rio com dois gols meus e um do Cuesta – só os zagueiros marcaram. Também foi marcante o jogo do meu primeiro gol, aos 47 minutos do segundo tempo, quando a gente empatou com o Criciúma no Beira-Rio. Era um jogo em que ‘o estádio ia cair’ se a gente perdesse, pois estávamos numa situação complicada – na partida anterior, tinham quebrado a loja do clube. A gente estava perdendo por 1 a 0 e aos 47 eu fiz meu primeiro gol pelo Inter, um gol que deu uma tranquilizada na situação. Muita gente lembra desse gol até hoje. (As duas partidas foram pela Série B de 2017)


JOGAR FORA DO PAÍS
– Ainda tenho esse objetivo de jogar no exterior. Essa mudança de ares, do Inter para o Ceará, foi justamente em busca de oportunidades para aparecer mais e, quem sabe, ir para fora do país um dia. Ainda tenho esse sonho e sigo buscando.



 


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