Vereadores se manifestam sobre proposta de reajuste dos servidores públicos

11/03/2022
Categoria pleiteia 26,22%

Categoria pleiteia 26,22%

A reivindicação de 26,22% de reajuste dos servidores públicos municipais de Dois Irmãos repercutiu entre os vereadores na sessão de segunda-feira (7). Paulino Renz (PDT) afirmou que a proposta protocolada pelo sindicato é muito justa.

– Quando se trata de saúde e educação, não é custo, é investimento. Se for dentro da Lei, podem contar com o voto do vereador – comentou.

Ederson Bueno (MDB) também se disse solidário aos servidores.

– A inflação realmente veio muito forte neste período, fazendo com que o poder de compra diminua muito. Que o Poder Executivo possa trabalhar uma proposta que seja boa, que leve em consideração todas as reivindicações de vocês, mas que também tenha responsabilidade nesta parte das finanças, para que a gente não tenha nenhum problema ali na frente para honrar os nossos compromissos e para que a gente seja sempre uma cidade de crescimento consciente. De minha parte, farei todos os esforços para que esse reajuste seja feito da forma mais justa, concedendo uma porcentagem digna, que demonstre a valorização do servidor público – declarou.

Sheila da Silva (PT) reiterou que a categoria está há dois anos com salários congelados.

– Se a gente pegar como referência o INPC, a perda salarial hoje soma 16,51%. Se a gente usar o IGP-M, a perda chega a mais de 47%. O IGP-M é muito usado como referência para o reajuste dos aluguéis, e imagino que muitos dos nossos servidores ainda têm a despesa do aluguel na sua conta. Ou seja, o prejuízo salarial do servidor neste período foi muito grande. Conhecendo a nossa realidade, a gente sabe que o orçamento do município aumentou e que existe recurso disponível em caixa para reajustar o salário dos servidores. Defendo que se encaminhe a aprovação urgente de projeto reajustando o salário dos servidores, inclusive sem parcelamento como a gente está vendo por aí. Até porque parcelar reajuste significaria impor mais um prejuízo aos servidores; seria um absurdo – afirmou a vereadora, pedindo ainda uma reclassificação de merendeiras, serventes de escola e demais serventes de limpeza.

 

Projeto com justificativas claras

Darlei Kaufmann (PSB) entende que o projeto não pode vir para a Câmara em regime de urgência, levando-se em conta o dia em que fecha a folha de pagamento.

– Precisamos saber o que o município pode e não pode fazer. Esses números precisam ser claros para nós e para o funcionalismo. Tivemos inflação em 2020 e em 2021, com perdas do funcionalismo. A maioria dos municípios não conseguiu repor, mas se a nossa administração não conseguir, precisa vir com justificativas claras – observou.

Nilton Tavares (PP) disse que precisa aguardar uma posição formal do Executivo.

– Não vou trazer nenhuma manifestação neste sentido, seria irresponsável da minha parte. Tenho certeza que os índices vão ser muito melhores, proporcionalmente, ao que o governo estadual vai ofertar – comentou.

O presidente Ramon Arnold (PP) destacou que a prefeitura está trabalhando nisso.

– O município está fazendo cálculos de médio e longo prazo; temos possivelmente uma redução na arrecadação nos próximos meses ou anos. Tudo isso está sendo colocado para nos apresentar. Nós temos condições de emendar, de fazer correções, mas toda a base de discussão virá do Executivo. Só com o projeto em mãos vamos ter condições de discussão; hoje não temos esses números em mãos – justificou.

Sergio Kroetz (PP) disse que Executivo e Legislativo vão trabalhar para chegar a um número justo para todos. Celina Christovão (MDB) pediu que o gestor municipal olhe com carinho para todos os servidores públicos.

 

“Nem sempre o justo é viável”, diz líder de governo

Elony Nyland (MDB) pediu cautela.

– Preciso ser sincero com as minhas convicções e com o que eu vejo de uma administração pública. Posso ser vaiado, faz parte da democracia, mas vereador é assim: tem que enfrentar as coisas mesmo que perca voto, que perca negócios. Falaram em salário justo, mas nem sempre o justo é viável. Eu parabenizo vocês pela luta, por terem vindo aqui, mas a gente precisa se preocupar em sempre pagar em dia o nosso funcionalismo, em pagar também 13º e férias. Teremos uma redução na arrecadação de ICMS devido a diminuição da alíquota no Estado para combustíveis, energia e telecomunicações, além de previsão de redução na alíquota de IPI pelo governo federal, impactando na receita dos municípios industrializados como é o nosso. Estima-se perda de R$ 5 bilhões aos municípios brasileiros. O momento é de muita cautela, não queremos que falte dinheiro lá na frente para honrar salários e fundo de previdência dos servidores. Todos os passos devem ser executados com responsabilidade. Não sou contra o aumento; penso que devam ter um bom aumento, mas que seja bom também para o município. Queremos continuar pagando vocês em dia. Vamos aguardar o projeto vir para esta casa legislativa e tentar fazer o melhor para todos – declarou o líder de governo, que recebeu vaias da plateia.

No espaço de líder, Sheila voltou à tribuna:

– O senhor disse que nem sempre o justo é viável. Que bom que, pelos dados que foram aqui brilhantemente apresentados, parece que não é o caso do nosso município. Também gostaria de fazer uma correção: não estão pedindo aumento, é reposição salarial, um salário defasado que deve ser reposto – observou a vereadora.


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