Pandemia faz disparar roubo de pets no Reino Unido, diz ONG

25/08/2020
Fonte: RFI

Fonte: RFI

A ansiedade e a solidão do isolamento durante a pandemia do coronavírus resultaram em um forte aumento da procura por animais de estimação. O problema é que, com a demanda em alta, os preços dos bichinhos dispararam, o que incentivou a atuação das gangues especializadas em roubos de cães no país. Esse é um problema que já existia e era caso de polícia no país. O roubo e sequestro dos pets está sendo chamado de “dognapping”, uma variação da palavra inglesa “kidnapping” (sequestro).
De acordo com a ONG DogLost, que ajuda donos de animais perdidos a recuperá-los, de 23 de março, quando começou o confinamento no Reino Unido, até o dia 1° de junho, houve um aumento de 65% no número de roubos em comparação com mesmo período do ano passado. As gangues têm preferência por animais de raça, ou de trabalho, porque estariam mais bem cotados no mercado clandestino. Os cães mais valorizados seriam o bulldog francês, o cookapoo (que é a mistura de cocker spaniel com poodle) e o labradoodle (labrador com poodle). Neste momento, as denúncias estão concentradas em algumas regiões, como Norfolk, Suffolk e Cambridgeshire, os locais onde os casos têm sido mais recorrentes. A polícia tem pedido aos moradores que redobrem a atenção e que não deixem seus bichinhos sozinhos nos jardins.


Alta demanda por pets
Diante da necessidade crescente de ter um bichinho, as pessoas parecem já não ter paciência para esperar novas ninhadas ou para encontrar o cão considerado ideal. É verdade que as adoções também cresceram, segundo dados de vários abrigos. Mas o fato é que os bichos de raça têm uma procura maior. Para se ter uma ideia,o preço de um filhote, e até de um cão adulto podem variar de 2.500 libras a 7.000 libras (cerca de R$ 18 mil a R$ 51 mil). Tudo isso permite que os lucros aferidos por essas gangues sejam altos. Neste momento, circula um abaixo-assinado no país para tentar tornar mais rigorosa a lei para quem rouba animais. Atualmente, a multa para quem pratica o crime é apenas uma fração do valor obtido com a venda dos bichos.
Uma pesquisa recente do Kennel Club mostra que as pessoas não têm se dado muito o trabalho de perguntar detalhes sobre as origens dos animais. Mais de 83% delas disseram não se preocupar em saber. E isso acaba gerando outra preocupação, com as chamadas "puppy farms", como são chamados os criadores de cachorros que exploram os bichos para que eles tenham cada vez mais filhotes, mesmo em condições terríveis.


Como atuam as gangues de roubo de pets
As gangues agem sempre da mesma maneira, com olheiros nas regiões em que atuam para encontrar o alvo ideal. Alguns têm a petulância de ir até as casas das pessoas e fazer perguntas sobre os animais, ou mesmo tirar fotos. O fato é que, ao escolher os que pretendem roubar, fazem marcas de giz na porta, no muro ou nas cerca das casas. São discretos riscos verticais ou horizontais. Além disso, os roubos não acontecem apenas em residências. Não raro, os ladrões atacam canis e hotéis de cachorros, onde os donos deixam seus pets quando saem de férias. A polícia suspeita também que essas quadrilhas façam tráfico de animais entre o Reino Unido e a Irlanda.
Não há muito o que os proprietários dos animais possam fazer, além de mantê-los sempre com o chip de identificação em dia nos registros veterinários. Os mais preocupados têm investido em câmeras de segurança para monitorar o jardim. Em todo o país, ainda há muita gente trabalhando de casa por conta da pandemia. Aliás, com o número de casos de contágio pelo novo coronavírus aumentando, mais uma vez, no Reino Unido, muitas regiões e cidades têm sofrido novas restrições. Isso pode ser uma boa notícia para os donos de pets, que podem passar o dia atentos, e para os próprios animais, que gostam de tê-los por perto.


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