Gasolina acumula aumento de 23,5% entre janeiro e março no RS

29/03/2021
Fonte: GZH

Fonte: GZH

O preço da gasolina acelerou na largada deste ano. No Rio Grande do Sul, o combustível rompeu a barreira simbólica dos R$ 5, o que pressiona o bolso de consumidores e desafia empresas em meio à crise econômica. De janeiro a março, a alta acumulada chegou a 23,5% nos postos gaúchos.

Na semana de 21 a 27 de março, a gasolina comum custou R$ 5,711, em média, no Estado. No período da virada de ano, entre 27 de dezembro e 2 de janeiro, o litro estava em nível inferior, R$ 4,626. Ou seja, ao longo do primeiro trimestre, o combustível ficou quase R$ 1,10 mais caro — a alta de 23,5% vem dessa comparação. GZH consultou os valores na pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Se serve de alívio para os gaúchos, o preço perdeu força nos últimos dias, embora siga em patamar elevado. Entre 14 e 20 de março, a gasolina alcançou a marca de R$ 5,814, em média, descendo para R$ 5,711 na sequência.

A alta acumulada em 2021 pode ser atribuída a um conjunto de fatores. Na hora de definir os valores dos combustíveis nas refinarias, a Petrobras leva em consideração as variações do petróleo no mercado internacional. Após despencar no começo da pandemia, em 2020, a commodity engatou reação com a reabertura da economia global. Isso deixou os preços aditivados para os consumidores no Brasil. O petróleo tem sua cotação em dólar. Logo, quando a moeda americana sobe, os combustíveis também são impactados. Foi o que ocorreu de janeiro a março. Depois de fechar 2020 perto de R$ 5,20, a taxa de câmbio aumentou neste ano, para a faixa de R$ 5,70.

— Os preços praticados pela Petrobras têm convergência com o petróleo, que está atrelado ao dólar. Quando essas variáveis se alteram, para mais ou para menos, têm efeito no valor para o consumidor. De fevereiro a março, vimos elevação significativa na gasolina — avalia Edson Silva, economista-chefe da consultoria ES Petro.

Presidente do Sulpetro, que representa os postos gaúchos, João Carlos Dal’Aqua menciona que o setor vive período de dificuldades, já que as vendas foram reduzidas pela pandemia.

— É um momento de muita instabilidade. As elevações que ocorrem nas refinarias são repassadas para os postos automaticamente — diz Dal’Aqua. — A manutenção da política de paridade internacional da Petrobras é muito importante, mas a flutuação dos preços poderia ser um pouco mais suave — completa.

 

Sinais de trégua?

Com sinais de trégua do petróleo nos últimos dias, a estatal anunciou, na quarta-feira (24), redução de 3,7% para a gasolina e de 3,8% para o óleo diesel nas refinarias. Isso quer dizer que o preço da gasolina passará a cair nas próximas semanas? Depende.

Além do petróleo e do câmbio, os valores de combustíveis carregam o peso tributário. Em 1º de abril, o preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) da gasolina terá aumento no Rio Grande do Sul. O valor de referência, também chamado de preço de pauta, passará de R$ 5,4200 para R$ 5,8404. É sobre o PMPF que incide a alíquota de 30% de ICMS da gasolina. O preço é determinado a cada 15 dias, após pesquisa da Receita Estadual sobre os valores cobrados nas bombas.

— A estrutura de cálculo de ICMS cria um descompasso, e não estou querendo botar a culpa em alguém. Quando o preço começa a descer nas refinarias, o imposto é calculado com base em valores anteriores. Isso traz uma dificuldade para os postos. De novo: não existe um culpado por isso, é uma estrutura toda que está por trás — pontua Dal’Aqua.

O preço da gasolina nas bombas varia até R$ 1,13 em 13 municípios gaúchos que integraram a pesquisa da ANP. Entre 21 e 27 de março, o maior valor foi registrado em Pelotas, no Sul, onde o litro custou R$ 6,299. Canoas, na Região Metropolitana, teve a menor marca: R$ 5,169.


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