Pesquisadoras do RS analisam relação entre animais de estimação e traços de personalidade dos tutores

31/01/2022
Fonte: g1 RS

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Tutores de cães e gatos tendem a ser mais extrovertidos, sociáveis e comunicativos. O excesso de apego com os pets, no entanto, pode ser um sinal de alerta para risco de vulnerabilidade psicológica ou disfuncionalidades de relacionamento. São essas as conclusões de uma pesquisa realizada na PUCRS pela veterinária Nathália Saraiva de Albuquerque e a psicóloga Tatiana Quarto Iriguaray para analisar a relação entre a convivência com pets e as características de personalidade dos donos.

O estudo foi feito com base em mais de 2,6 mil respostas de um questionário online. “A gente comparou pessoas que tinham cães ou gatos e pessoas que não tinham nenhum animal de estimação”, explica Nathália, que defendeu a pesquisa em sua dissertação de mestrado, em março. A análise das respostas demonstrou que, quanto mais apego ao animal, a pessoa demonstra sinais de neuroticismo, conceito psicológico ligado à depressão, ansiedade e vulnerabilidade. Segundo a psicóloga Tatiana, situações como a de casais que dormem com o animal junto na cama ou de pessoas que substituem um ente familiar por um bicho de estimação, são sinais de alerta. “Aí provavelmente a gente tem alguém que tenha uma maior vulnerabilidade psicológica, talvez seja alguém mais solitário, tenha tendência de ter mais sintomas depressivos. Vai depender muito da qualidade dessa relação e que papel o animal tem nessa relação”, afirma.

Humanizar demais o animal pode não ser positivo pro próprio pet, dizem as pesquisadoras. “Quando a gente vê animal usando sapato, será que isso é um comportamento bom? Será que é bom pro animal usar perfume? Eles fazem parte da família, existe toda uma questão de afeto, mas também existe limite pra essa relação daqui a pouco não virar algo doentio que traga prejuízo tanto pra pessoa quanto pro animal”, afirma Tatiana.

 

Respeitar o comportamento natural

Os tutores devem respeitar o comportamento natural da espécie com que está convivendo, para uma relação harmoniosa para todos, explica Nathália. “Tem que pensar que o cachorro tem um comportamento diferente do gato. Essencial é entender que animal que a pessoa tem, quais são as necessidades básicas e respeitar isso. O cachorro precisa fazer coisas de cachorro. Ele vai latir, precisa passear. Vai provavelmente destruir alguma coisa porque ele tem essa questão de explorar, de pegar com a boca. Então é entender esse comportamento”, diz.

Nathália cita estudos realizados que demonstram que as pessoas que passeiam com seus cachorros são menos solitárias do que quem tem o animal mas não passeia com ele. Isso pode ter relação com outra conclusão do estudo: a de que pessoas com animais de estimação sejam mais extrovertidas. “São pessoas que se comunicam mais, interagem mais, provavelmente por esse fator: se eu tenho um animal ele faz com que eu passeie, com que eu interaja com outras pessoas”, explica Tatiana. Nathália observa ainda que não foram encontradas diferenças significativas de personalidade entre donos de gato ou de cachorros, o que talvez indique que os impactos de ambas as espécies sejam os mesmos.

O estudo deve ser publicado em revistas científicas em breve, e as pesquisadoras preparam a sequência, em que serão analisadas as relações entre os animais de forma quantitativa, através de entrevistas e observações.


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