Por Alan Caldas (Editor)
Ontem, em Porto Alegre, tive a chance de dar os parabéns ao grande amigo da minha família e ex-governador do Rio Grande do Sul, doutor Jair de Oliveira Soares, que recentemente completou 90 anos de idade.
Com uma lucidez impressionante, falando sobre todo e qualquer assunto com enorme propriedade, o ex-governador lembrou que vinha a Dois Irmãos jogar tênis e que, diz ele, “se não me engano fui eu que inaugurei a quadra lá daquele clube 7 de Setembro”. Lembrou do seu grande amigo Romeo Wolf e das muitas vezes em que esteve em nossa cidade “como amigo e como governador”.
Jair Soares nasceu em 26 de novembro de 1933 e atualmente segue na política, como filiado do Partido Progressista. Ele é cirurgião-dentista formado e trabalhou na bancada do PSD, quando meu tio Moab Caldas era deputado estadual, e, diz ele, “na época em que se tinha honra e orgulho dos homens públicos, pela decência e lisura com que exerciam os cargos”.
Acompanhei como repórter a maior parte da vida política do doutor Jair Soares e posso atestar que ele teve e tem uma carreira política linda.
Ele trabalhou no Instituto Rio-grandense do Arroz com o governador Ildo Meneghetti.
Ele foi Secretário de Administração e Secretário de Saúde, nos governos Peracchi de Barcelos e Euclides Triches.
Ele foi Secretário de Saúde no governo do meu conterrâneo de Vacaria, governador Sinval Guazelli. Em 1978 ele se elegeu deputado federal, pela ARENA.
Ele foi Ministro da Previdência Social no governo do presidente João Baptista Figueiredo.
Em 1982, na primeira eleição livre para governador após o ato militar de 1964, Jair Soares, já integrando o PDS, foi eleito Governador do Rio Grande do Sul, numa disputa com Pedro Simon, Alceu Collares e Olívio Dutra. Para concorrer a governador, antes ele teve de disputar as prévias dentro do PDS e venceu os outros dois concorrentes do Partido, que eram Nelson Marchezan e José Otávio Germano.
Quando terminou o mandato de Governador, o doutor Jair Soares mostrou que era realmente político. E, num ato de grandeza (que alguns chamam de humildade) se candidatou a vereador por Porto Alegre e se elegeu. A seguir foi novamente deputado federal e, em 2002, se elegeu deputado estadual. Foi, também, em 2004, candidato a prefeito de Porto Alegre, mas não se elegeu.
Permanece no Partido Progressista, mas apenas como dirigente partidário, e faz palestras em diversos locais. E estou pensando que deveríamos trazê-lo a Dois Irmãos, para um grande encontro sobre a História Política do Rio Grande do Sul, que ele vivenciou como participante e observador privilegiado. E que maravilha foi ver ele com 90 anos e tão ágil, tão lúcido e tão amigo e disposto a falar sobre tantas coisas tão importantes para o nosso Estado e país.