Por Alan Caldas – Editor (De Cuenca, Espanha)
No centro da Península Ibérica está a Comunidade de Castilla-La Mancha. E, nela, a incrível e até mesmo assustadora cidade de Cuenca.
Ela foi erguida entre paredões. Muitas construções literalmente na rocha. Do lado de fora. E penduradas.
Estando a 900 metros de altitude, o clima é de altitude: pela manhã frio, 10 graus ou menos, e à tarde 30 ou mais, e sol escaldante.
A atração são as Casas Colgadas. Casas suspensas. Prédios literalmente pendurados no paredão de rochas.
Aqui que você aprende a confiar na engenharia . . . hê hê hê . . .
Ao vivo, e cá para nós, dá frio na barriga só de olhar. Mas mora-se ali, normalmente.
Uma até abriga o Museu de Arte Abstrata da Espanha.
Estão tão na pontinha dos paredões que ficam suspensas no ar.
Como se seguram?
Como não caem?
E olha que novas essas casas não são, viu? Foram feitas há muuuuito tempo. Sem recursos tecnológicos que hoje facilitam cálculos e proporcionam materiais diferenciados para construção.
Você fica ali. Embasbacado. E olha e olha e olha... e sai balançando a cabeça.
Não entende como todo aquele peso enorme se sustenta no ar. Como a Força G não as faz despencar morro abaixo. Que mistério!!!
Por fim, você diz para si:
– Bom, se a Terra “flutua no nada” e eu não sei como, então essas casas suspensas aí nesse paredão ficam nessa mesma categoria inteligentíssima de “não sei”... Kkkk...
E, dando uma risadinha de quem não acha explicação para o que vê, você simplesmente aceita. Relaxa que a burrice dói menos. Há há há.
E é por aí que esta surpreendente cidade foi declarada Patrimônio Mundial, pela UNESCO. Suponho...
Rindo da própria ignorância, você mete o pé ladeira acima e segue subindo. Meu Deus como tem subida aqui! E vai conhecer a Catedral de Nossa Senhora das Graças, a primeira catedral gótica da Comunidade de Castilla-La Mancha, construída logo ali atrás no tempo, no século XII.
É tudo tão do passado distante, aqui, que estes meus 64 anos de vida até já me parecem pouca coisa ...
A cidade é um labirinto. E no sobe desce. Sem pernas boas, não venha.
Ela também tem umas quantas pontes suspensas, tipo pênsil, que dão calafrios em quem tem medo de altura.
Cuenca está em Castilla-La Mancha, e sua comida recebe destaque para os “dulces”: os amanteigados, os pãezinhos de azeite e flores, os flocos com mel.
Menção especial ao pão de ló de Alcázar, uma bola feita com mofo no leite com açúcar e que leva baunilha e canela. Outra salva de palmas aos biscoitos “borrachos”.
Nas carnes, a cozinha da região de La Mancha é de pratos fortes. Mas simples. Só ingredientes elementares: pão e carne, ou produtos da horta. E sempre acompanhado por seus variados vinhos, com destaque para a uva Tempranillo, que nesta região é soberba. Na sobremesa (para quem pode comer, que não é meu caso, pois somos inimigos Kkk...) os famosos queijos de ovelha e cabra de Castilla-La Mancha.