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Inveja? Não tenho…
A não ser do Brad Pitt e seu abdômen aos 55 anos de idade... PQP!
No filme Era uma Vez em... Hollywood, tem uma cena em que o desgraçado sobe no telhado (detalhe: sem escada, só escalando através do muro) para arrumar a antena de TV, tira a camisa e puxa um cigarro ou puxa um cigarro e tira a camisa... Não sei, não lembro a ordem, só sei que mais da metade do cinema suspirou nessa hora (eu fingi que era tosse). Na verdade, nem vi a cena, eu imagino que foi assim... (E agora também já não sei o que é mais insidioso e libidinoso: ver o Brad Pitt sem camisa ou imaginar o Brad Pitt sem camisa. Deixa pra lá!)
O fato é que a inveja é merecida.
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Lembrei outra coisa que invejo...
O futebol do Flamengo naquele primeiro tempo contra o Grêmio. É duro admitir, mas escapamos da desclassificação antecipada e agora temos até o próximo dia 23 para nos iludirmos um pouco mais. Em condições normais de temperatura e pressão, ou seja, se o Flamengo se repetir no Maracanã, vai ser complicado ultrapassar a barreira da ilusão. Calma, eu não estou entregando os pontos como torcedor, afinal o futebol é uma ‘caixinha de surpresas’ (essa eu inventei agora).
O que conta a favor do Grêmio? A máxima do abismo, que eu nem sei se existe. É mais ou menos assim: se o seu inimigo está à beira do precipício, se segurando ainda com apenas uma das mãos, o que você deve fazer? Pisar energicamente sobre os dedos dele, fazendo-o despencar de vez. O Flamengo teve a chance de fazer isso, mas deixou o Grêmio pôr a outra mão de volta. Quer dizer, a chance do Flamengo fazer o Grêmio cair ainda é (muito) grande, mas já não é possível ver se o inimigo segue pendurado ou prepara o bote fatal...
Ah, e antes que os bastiões das redes sociais se ergam, deixo claro que isso é só uma força de expressão. Todos nós sabemos – ou deveríamos saber – que os únicos inimigos que existem, de fato, estão dentro de nós.
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Invejável também é a atuação de Joaquin Phoenix em Coringa.
O filme é pesado, controverso, tem cenas de violência explícita. Mas, como obra ficcional, de cinema, que conta a história de um vilão, é espetacular. Só no final de semana de estreia, o longa-metragem do diretor Todd Phillips faturou R$ 29,5 milhões e levou 1,6 milhão de pessoas aos cinemas brasileiros (de 3 a 6 de outubro). Angry Birds 2, outro lançamento da semana, ficou em segundo lugar com público de 204 mil pessoas e renda de R$ 3,2 milhões.
Coringa já levou o prêmio principal do Festival de Veneza e tem dividido opiniões desde antes da estreia, principalmente por conta da violência. Alguns cinemas norte-americanos proibiram os espectadores de irem fantasiados nas sessões e reforçaram o aviso de que crianças não devem ver o filme. Até mesmo o exército foi acionado para ficar em alerta em relação a qualquer ação suspeita dentro das salas de cinemas – tudo para evitar outra tragédia como o tiroteio na sessão de Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, em 2012.
Em recente entrevista, o ator Joaquin Phoenix preferiu contemporizar a polêmica:
- Eu acho que a maioria de nós sabe entender a diferença entre o que é certo e o que é errado. Então, eu não acho que é responsabilidade do cineasta ensinar ao público o que é moral ou a diferença entre certo e errado.
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Deixando a controvérsia de lado, quero dizer que as minhas invejas não passam de admiração. Admiro grandes atores, o bom futebol e o abdômen do... Não! Do abdômen do Brad Pitt é inveja mesmo!