
Márcia Zimmermann Johann*
Escola inovadora, por definição é centrada no fazer para aprender e atua nos vários estilos de aprendizagem – criativa, colaborativa, contextualizada e com projetos autênticos. O intuito é incentivar outras inteligências, além da memorização, sendo o professor o facilitador deste processo e o aluno, protagonista.
A tecnologia não é novidade para ele (estudante), visto que está inserido nela de forma natural; para o professor nem tanto. O conceito de escola digital traduz o ensino contemporâneo, ferramentas como chamada online, Google sala de aula e outros aplicativos já são utilizados nas escolas há mais tempo e grande parte dos alunos conhece sua funcionalidade. As aulas virtuais dinamizam o ensino, isto não significa que o modelo tradicional precisa ser esquecido, até porque há disparidade social. Daí a importância de lembrar-se de que equidade se distingue de igualdade, uma vez que cada ser humano é único, não podendo, portanto, ser tratado de forma padronizada. Por isto as escolas disponibilizam a tecnologia para contemplar todos de forma equânime (as diferenças são respeitadas). Na trilha deste pensamento, o ensino híbrido (combinação de aula virtual e presencial) é uma tendência em função dos acontecimentos deste ano, uma vez que os métodos tiveram de ser revistos e muitos, tanto docentes quanto discentes, tiveram de reinventar-se e aprender técnicas diferenciadas para dar sequência ao ano letivo. Conforme a frase atribuída a Charles Darwin, “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
As aulas programadas desacomodaram, expuseram um novo jeito de lecionar, em função disto, muitos perceberam que pode ser diferente. Os alunos estão transformados, desenvolveram habilidades técnicas, talvez desconhecidas e, em função de terem de administrar as atividades de forma isolada, tornaram-se mais questionadores e exigentes, os professores aprenderam ou se aprofundaram em novas técnicas, os pais acompanharam de forma integral os estudos dos filhos e como resultado a postura de todos mudou, cada um à sua maneira. Em análise geral, os recursos virtuais são complementos importantes para aprofundar-se em determinado conteúdo ou componente curricular, no entanto, as aulas presenciais são necessárias em função do contato humano, do compartilhamento de ideias entre outros. Esta conexão é essencial para exercer a socialização, a empatia e demais valores que o tornam realmente humano. Talvez agora todos tenham percebido a real importância da escola e valorizem os professores.
Portanto, quando as aulas presenciais retornarem, urge rever conceitos, pois a postura acadêmica mudou. A inteligência emocional será a diretriz deste novo processo escolar, o qual incita ao novo, sem desmerecer o antigo. Família, escola e governo deverão ser parceiros a fim de que o aluno se sinta fortalecido, tanto no âmbito emocional como no intelectual. É necessário equilíbrio em tudo.
* Márcia é professora da rede estadual há 24 anos; concursada desde 2002 e leciona Língua Portuguesa, Literatura, Inglês e Projeto de Vida (componente curricular novo), tanto no ensino fundamental como no ensino médio