Por Alan Caldas (Marselha - França)
Marselha é surpreendente em locais históricos, no mar e na multicultura que por séculos convive em delicada e tensa harmonia nestas ruas e bairros.
Escreverei disso mais tarde. Mas me refiro ao famoso sabão de Marselha.
Não é perfume, mas nas altas rodas é tratado como se fosse. Clínicas de estética recomendam o uso dele.
Muitos acham “chic” ter sabão de Marselha no lavabo das casas, porque isso confere “status” de elegância e finesse.
Esse sabão tem tradição milenar e sua história começa na cidade de Alepo, na Síria do hoje tão desafiado presidente Bashar al-Assad.
No início era feito na base de sebo, cinzas e gordura de carneiros. Um sabão comum.
Durante a Idade Média, no entanto, esta região da Provença, onde está Marselha, começou a fabricar sabonetes. E usou as matérias-primas que eram abundantes aqui, especialmente o azeite de Oliva. Mas ainda era só um sabão.
Porém, o relógio do tempo andou, e no século XVII o rei Luís XIV, fino que era e cansado de sabão ruim, criou normas específicas para a fabricação de sabonetes na França.
Marselha já era produtora, então se adequou às normas do rei e é aqui que começa a aparecer os atuais e famosos ‘Sabão de Marselha’.
Quando veio a industrialização e por ser um produto feito à base de óleos vegetais cujo uso faz bem para a pele, o sabão de Marselha ganhou notoriedade.
Primeiro regional. Depois nacional. A seguir na Europa. E, hoje, é mundialmente destacado como um sabão de altíssima qualidade.
O que o faz tão destacado quimicamente é que ele é produzido com 72% de óleo vegetal de oliva. Isso o faz biodegradável e praticamente terapêutico. Por isso virou “cult”.
Não é perfume, mas é tratado como tal. E, nas fotos que fiz ontem, mostro que ganhou várias formas para atrair consumidores.
Além dos cubos, agora se encontra ele em líquido, em barras perfumadas, em desenhos personalizados e até mesmo em pequenas esculturas, além de lindos pacotes que se dá para quem se ama.
Tornou-se um sabão para muito além de simplesmente lavar as mãos.