Por Alan Caldas (Editor)
Segundo a literatura médica, o nosso corpo é um complexo e o joelho tem importância fundamental na estrutura da vida. Não prestamos muita atenção ao joelho. Mas é um erro nosso.
O joelho é um “todo”.
Por exemplo: composto por um sistema musculoesquelético aperfeiçoadíssimo, do joelho fazem parte a tíbia, a fíbula, o fêmur e a patela, e o joelho ainda engloba cartilagens, ligamentos e tendões.
Ficamos em pé 17 horas por dia, e o peso é todo descarregado sobre ele minuto a minuto, pressionando sem parar todos esses componentes do joelho.
Além disso, parecemos atletas: caminhamos, corremos, jogamos, pulamos, levantamos peso, fazemos todo tipo de exercícios possíveis. E nunca nos atemos aos joelhos. Mas eles estão ali e suportando tudo isso. E aí quando ele “dói”, nós estranhamos e perguntamos:
– Uéééé ... porque essa dor no joelho agora?
A medicina explica que os principais motivos de dor na articulação do joelho são sobrecarga, inflamação e lesões articulares. Mas ele também pode doer por causas fora da articulação, por dor miofascial ou neuropática. O joelho, dizem os médicos, pode doer até por falta de uso.
Aqui em Dois irmãos contamos às dezenas os amigos e amigas que sofrem de dor no joelho. Algumas são dores leves. Outras são severas. E cada um procura o alívio da forma que puder. O massagista é o primeiro a ser procurado. Depois o fisioterapeuta. Mais tarde o médico. As infiltrações. Os calores. E, por fim, já quase morto de dor, a pessoa joga a toalha e se entrega para a cirurgia.
Este último recurso, o de cirurgia no joelho, é o caso do meu prezado amigo Ernesto Gassen, um respeitado empresário da área de metalurgia aqui em Dois Irmãos. E vou contar a história do Ernesto porque acredito que ele possa ser um exemplo e esperança para tantos que sofrem com essa dor no joelho aqui entre nós.
O Ernesto está com 57 anos de idade e tem excelente saúde. É natural de Pinheirinho do Vale, e chegou a Dois Irmãos em 28 de maio de 1982. Veio em busca de oportunidades, como tantos. Hoje é sócio proprietário da bem-sucedida Metalúrgica Gassen e da GR Gassen, empresas que trabalham com aço e alumínio. É casado e tem um filho.
Ernesto nunca praticou grandes esportes de impacto, mas jogava vôlei no Clube União. O vôlei era seu passatempo. Uma diversão com os amigos. Um dia, em outubro de 2022, num desses jogos de vôlei o Ernesto, que até então nunca teve dor no joelho, sentiu uma fisgada no joelho esquerdo. Uma dor, disse ele, como se fosse uma “agulhada”. Mas ele continuou jogando.
A dor continuou ali. Ele fazia um movimento e ela voltava. Dava um salto para fazer o corte na bola e quando o corpo chegava ao chão lá vinha a agulhada no joelho.
Mas, e quem liga para uma dorzinha, não é? E ademais aquela agulhada no joelho esquerdo desapareceria no outro dia, ele pensou. Mas ela não sumiu. No dia seguinte, lá estava a bandida outra vez. Porém era só “uma dor”. E suportável. O nosso amigo Ernesto seguiu sua rotina normalmente. Foi se acostumando com aquela dorzinha chata.
Porém ela não dava trégua. Seguia doendo. Além disso, foi piorando. E o Ernesto, cheio de atividades e tendo de se adaptar ao convívio com a dor, que dia a dia piorava e ficava mais intensa. Chegou ao ponto de ele ter de se ajeitar até para subir no carro, que por sorte é automático e não se usa muito a perna esquerda, que é a que lhe doía. Até se ele fosse colocar o sapato, por exemplo, doía. Se caminhava, doía. Se mexia a perna, doía. Era agulhada no joelho o tempo todo.
Um mês após aquela primeira agulhada no joelho a dor tinha virado um suplício. E o Ernesto se deparou com um problema. Naqueles dias se casaria sua afilhada e ele teria de dizer que infelizmente não conseguiria participar, porque a dor era simplesmente insuportável. Já não aguentando mais, o Ernesto se obrigou a procurar o primeiro socorro médico. E o fez em Novo Hamburgo. O médico que o atendeu fez raio X no joelho e sua avaliação final foi de que deveria fazer uma punção no local. Tiraria um líquido e colocaria outro. Isso resolveria a dor.
Ernesto estava desesperado de dor. Então, fez esse procedimento, que se chama de Recuperação da Raiz do Menisco. E foi incrível, diz ele. “Fiz num dia e no outro já não sentia dor”. Na vida, tudo passa. E, sem dor, ele até voltou a jogar seu vôlei com os amigos.
Mas o que é bom se termina, diz o ditado. E logo a dor retornou. E veio intensa. Forte. Acachapante. O que aconteceu? O organismo teria rejeitado o que foi colocado em seu joelho. O Ernesto voltou ao calvário e novamente passou a conviver com a dor.
Como tem muitos amigos, ele falava com um e com outro, buscando aliviar a tensão psíquica que a dor física que sentia lhe causava. É sabido que a noite é bem mais escura um pouco antes do sol chegar, e foi assim, conversando com amigos, que um certo dia um deles, de nome Gilberto, lhe disse que ele só resolveria de vez se fosse no melhor médico que tem para isso no Rio Grande do Sul. E lhe indicou o ortopedista Mauro Meyer, que, disse esse amigo, já teria lhe tratado e a muitos outros e sempre com resultado excepcional.
Ernesto não pensou duas vezes, e foi até esse médico, no Hospital Moinho de Ventos, em Porto Alegre. O doutor é de poucas palavras. Olhou os exames dele e, de seco, já sentenciou:
– Volte para casa, espere 45 dias para ver como isso se comporta e então retorne aqui. Aí faremos um raio X que temos aqui e decidiremos o que fazer. Até lá não tenho nada que fazer por você. Certo?
O Ernesto não tinha o que fazer. Voltou a Dois Irmãos e aguardou. Após os 45 dias retornou lá. O médico fez o tal raio X e com as demais informações do Ernesto enviou tudo para análise no Canadá. Quando o material retornou, o médico chamou o Ernesto, olhou o resultado e disse em poucas palavras:
– É prótese total! Não tem outro jeito.
A dor seguia doendo e intensíssima. O Ernesto não pensou duas vezes. Marcaram a cirurgia para o dia primeiro de agosto, no hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ele chegou lá às 6 da manhã. A cirurgia, com anestesia geral, foi às 10h, e durou uma hora e meia. Dali ele foi para a sala de recuperação e, ao acordar, se levantou e caminhou sem bengala e sem muleta. Era a ordem do médico. E quando eram 21 horas ele estava de volta em Dois Irmãos.
Pelo aplicativo no celular ele recebeu do médico os exercícios que deveria fazer, e que consistiam basicamente em alongamento. Tomou anti-inflamatórios e analgésicos por 10 dias. E após 15 dias o médico disse “está liberado”. Liberado inclusive para jogar vôlei. Coisa que ele ainda não começou a fazer. Quarenta e cinco dias após a cirurgia, o Ernesto fez um novo raio X e o diagnóstico do médico ao ver foi “ficou perfeito”. A cirurgia foi um sucesso completo.
Ernesto segue fazendo assistido pelo fisioterapeuta Lázaro, aqui em Dois Irmãos, e três vezes por semana recebe sessões de alongamento, drenagem, bicicleta e hidroginástica.
E a dor? Ernesto disse que ainda sentiu algum tipo de dor durante 35 dias após a cirurgia. E, então, a dor simplesmente sumiu. Desapareceu. Foi embora. Joelho novo. A cirurgia lhe devolveu a vida normal.
“Não existe mais dor”, diz Ernesto, sorrindo. “Voltei a sorrir, e isso era uma coisa que desde que começou a doer eu não conseguia mais”.