Por Alan Caldas – Editor (De Almería, Espanha)
Almería é cidade portuária. E tem um bairro de ciganos e pescadores, chamado “La Chanca”, e famílias ainda vivem em grutas de fachadas antigas e coloridas, embora com interior moderno.
Almería é a capital da província composta por outros 101 municípios. É uma das oito províncias da respeitada Comunidade Autónoma da Andaluzia.
Fica ao Sul. Está ladeada pelas províncias de Granada, de Múrcia e por 214 km de mar Mediterrâneo.
Seu nome, Almería, vem do árabe: Al-Mariyya. Significa Espelho do Mar. É só olhar o Mediterrâneo e se sabe por quê.
Seu porto é o principal da região. E seu castelo só perde para Alhambra, em Granada, que é absurdo.
Aliás, você sabia que só os castelos feitos pelos árabes tinham banheiro, não sabia?
Os árabes é que ensinaram os povos da Europa a tomar banho... hê, hê, hê...
E, além de higiene pessoal, foram também os árabes que ensinaram as mulheres europeias a usar calcinha...
Almería é moderna. E dá para dizer que é 100% espanhola na cultura. Sua música, suas tradições de comer, beber, rezar e se relacionar com a vizinhança como se fosse “da família” são visíveis por aqui.
No trajar, a discrição e elegância daqui é diferente de outras regiões. Roupas não muito coloridas e com cortes que não ensaiam sensualidade, mas que apontam para um jeito elegante e sofisticado de ser.
A vida começa cedo. Seis da manhã já tem movimento. Sei porque caminho cedo. Bares, cafeterias, mercados e constante ir e vir de ônibus, carros e gentes ocorre logo que o sol nasce.
Claro. Não é área de turismo, esta Almería. Tem turismo. Mas é pouco.
A impressão que se tem coletivamente deles é trabalho.
Tudo calmo, dia e noite.
A cidade é vigiada. Mas não sei por quê. A polícia anda em motos e normalmente em grupos de 3 ou 4. Crime é zero. A maior fiscalização é no trânsito. É um inferno achar estacionamento. E quando tem vaga na rua, é bem caro: 2 euros a hora, no parquímetro.
Almería proporciona transporte marítimo. Estamos quase na costa africana, não? E daqui saem ferryboats para o Norte da África. É um “pulo” ir daqui ao Marrocos.
A cidade tem o Centro histórico, ruelas de casas coladas. E tem uma área nova, com uma grande seleção de galerias, lojas e museus.
Sendo área seca e de muuuuuito sol (3 mil horas-ano), as praças e passeios daqui sempre têm fontes jorrando água, permitindo a sensação de frescor.
As praias boas estão no parque Cabo da Gata. Mas tem pouco acesso para carro. É preciso estacionar e caminhar.
Nas praias encontra-se muitas baías com águas cristalinas e mornas, perfeitas para banhos de mar e “buceo”, o mergulho. A areia é fina e clara, e tem bandeira o tempo todo azul. Ah, e eles têm dunas, o que aqui é um privilégio. Por ali, acha-se pequenas lindas vilas de pescadores. E para os “voyeurs” e binoculistas, a vista do Mediterrâneo a partir dali é incrível.
Poucos quilômetros à frente, em Alpujarras, você encontrará Sierra Nevada. Dizem ser essa a área que, pela beleza, encantou os Mouros em séculos passados. Ali neva. É incrível isso. E no Inverno tem estações de esqui. Mas hoje, verãozaço, a pedida é se bater-perna ou fazer cicloturismo e montanhismo.
Almería é rica em peixe e marisco. E sua gastronomia tem forte influência árabe e africana, com legumes e frutas, com cuscuz, migas e muito peixe grelhado na dieta.