Por Alan Caldas – Editor (De Zaragoza - Espanha)
Zaragoza foi fundada 14 anos antes da Era Cristã. Os romanos criaram a cidade e chamaram de Caesaraugusta. Homenagem ao Imperador César Augusto, fundador de Zaragoza.
Zaragoza é incrível.
A Praça “del Pilar” é de “tontear” de tão grande, linda, cultural, teológica e arquitetonicamente significativa.
No centro da praça está a Basílica de Nossa Senhora “del Pilar”. É templo Mariano.
Conta a história da fé que a Virgem Maria apareceu aqui no ano 40 para o apóstolo Santiago, que evangelizava em Zaragoza.
A Virgem teria entregue a Santiago uma coluna de jaspe, uma pedra ornamental. E era, nas palavras da Virgem a Santiago, “um pilar” sobre o qual ele deveria construir um templo. Surge assim a “Igreja del Pilar”.
Se pode ver o Pilar. E tocá-lo. Está no interior do templo, que começou a ser construído no ano 40.
Hoje, 1980 anos depois, tivemos a honra e emoção de tocar esse Pilar que esteve nas mãos do apóstolo Thiago.
É de tremer. É a história viva na sua mão. Se você tem Fé é algo realmente incrível.
Santiago é o santo da Espanha. Seu dia, 25 de julho, é feriado nacional. Todos comemoram. Reúnem a família. Organizam festa. Fazem procissões.
Sinos tocam e repicam o tempo todo. Corais pelas ruas. Roupas especiais. É bonito a fé deste povo de tantas histórias.
Mas, voltando ao Centro Histórico de Zaragoza, existe ali uma segunda igreja imensa nessa Praça “del Pilar”. É a Catedral del Salvador, que os zaragozanos chamam de “La Seo”. Ela é Patrimônio Mundial da Humanidade como obra-prima da arte mudéjar, a arte desenvolvida pelos árabes “cristianizados” após a reconquista da Espanha pelos espanhóis.
Os árabes deixaram tantas contribuições lindas aqui que fica difícil enumerar: arquitetura, arte, engenharia, hidráulica, poesia, filosofia, roupas, cerâmicas, tapetes, luzes, música, culinária... É tanto que os árabes legaram ao Ocidente graças aos seus séculos aqui na Península Ibérica que fica bem difícil de resumir.
Zaragoza é imperdível numa visita à Espanha.
Se seu tempo for pouco priorize o Centro Histórico.
Os zaragozanos são agradabilíssimos. Sorriem fácil. Gostam de dar informações. Ficam felizes se você “puxa conversa”.
É povo elegante e fino. Vestem-se com distinção. E são mais altos que os de outras regiões.
E a culinária?
Bom... para comer “culturalmente” (que é quando se alimenta o corpo “e” a alma) vá para o lugar que eles chamam de “o túnel”. É uma série labiríntica de ruelas, no coração do Centro Histórico. Ali abundam bares e restaurantes de “tapas”.
Fique ali, “tapeando”, que significa comer várias pequenas porções de diversos tipos de alimentos.
Beba vinho, vermute ou um delicioso “tinto de verano” (que é a face líquida da Espanha no verão) e fale, fale sem parar sobre as maravilhas que viu, viveu e sentiu aqui em Zaragoza. Eles adoram.
Situada entre Madri, Barcelona e Valência, os 600 mil habitantes de Zaragoza erguem-se como um oásis ao redor do rio Ebro, que lhe fecunda as margens e dá vida às diferentes paisagens que a cercam e onde se vê tanto desertos áridos quanto bosques floridos ou pradarias e montanhas que circundam sua rica e próspera agricultura.