Editor Alan Caldas (De Éfeso - Turquia)
A casa foi descoberta no século 19 pelas visões divinas da Beata Anne Catherine Emmerich, uma freira católica romana. O local recebe peregrinos desde então e teve confirmação tanto bíblica quanto histórica. Anne Catherine Emmerich foi beatificada pelo Papa João Paulo II, em 2004.
Fugindo da perseguição dos governantes, Maria, mãe de Jesus, foi trazida para esta casa pelo Apóstolo João, a pedido de Cristo, ainda na Cruz. E Maria viveu aqui o resto de seus dias. Dados bíblicos e históricos confirmam isso. Em 1891, pesquisadores e arqueólogos se debruçaram sobre o assunto e viram, então, que aquela pequena ruína de quatro paredes e já sem telhado, medindo nem 40 metros quadrados, havia sido venerada por muito tempo pelos membros da aldeia montanhosa de Sirince, 17 km distante daqui. O povo Sirince era descendente direto dos primeiros cristãos de Éfeso. E, na época, a hoje reconhecida como Casa da Virgem, era chamada por esses primeiros cristãos de Panaya Kapulu (“Porta para a Virgem”).
Todos os anos os cristãos Sirince faziam peregrinação ao local no dia 15 de agosto, data em que a maior parte do mundo cristão celebra hoje como sendo a data da morte de Maria. Muitos diziam que Maria morreu em Jerusalém. Porém hoje fortes correntes da Patrística aceitam plenamente que foi aqui em Éfeso, na Turquia, que após o assassinato de Cristo morou e morreu a virgem Maria. Na confirmação teológica, São Epifânio de Salamina, ainda lá no século IV, foi o primeiro a mencionar a fé tradicional da Assunção de Maria em corpo e alma ao Céu, e vinda aqui de Éfeso. Como muitos outros autores patrísticos, São Epifânio se baseou na Bíblia, onde, no Evangelho de João (capítulo 19,18-30) Jesus na Cruz pede que ele cuide da Santa Mãe de Deus em sua casa. Com a terrível perseguição que se seguiu ao assassinato de Jesus, João, vendo que a matariam também para apagar a memória do Cristo, trouxe Maria e a instalou no alto dessa montanha, ao lado de Ephesus.
Fecha-se, assim, o círculo histórico-bíblico. E o local é aceito como sendo realmente a casa onde viveu a Virgem após a morte física de Jesus. O santuário recebeu várias bênçãos papais. E muitos papas o visitaram, incluindo Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. A casa de Maria fica a 6 quilômetros das ruínas de Ephesus, no topo da montanha. É altamente vigiado. E é lindo. Do lado de fora da casa-santuário existe uma “parede dos desejos”. Ali os peregrinos amarram intenções em papel ou tecido. Pedem cura para o corpo. E, para a alma, pedem a salvação. Há o poço onde Maria recolhia água para beber, fazer comida e lavar roupas e a própria casa. E várias torneiras estão espalhadas pelo local. Peregrinos acreditam que a água dali tem poderes milagrosos. Que cura. Que proporciona fertilidade. Que te faz Bento.
A construção é de uma engenharia típica da época. Feita em pedras, tem apenas 4 pequeninos cômodos. Soma se muito 40 metros quadrados. Mas tamanho não é documento. O clima dentro da casa é de arrepiar de tão divino. É como se você sentisse a presença viva de Maria ali. Quase vê ela andando. Ela carregando coisas. Ela fazendo comida. Ela dormindo. Ela lavando roupas. Ela sentadinha na pequena mesa lembrando o filho morto.
É indescritível a emoção.
Teus olhos se encharcam. E ninguém resiste. É sublime.
Me ajoelhei e rezei um Pai Nosso, a oração que Cristo, o Filho dela, nosso Jesus, nos ensinou. Agradeci a tudo. A todos. E sobretudo agradeci à Misericórdia de Deus, que me deu a chance de, sei lá porque, estar ali de joelhos, de alma limpa e com o coração acelerado de tanta alegria, ternura e humildade em saber que por aquelas poucas e humildes peças andou a Virgem Maria.
Que emoção, gente. Que emoção!!!