(Foto: Arquivo JDI)
A Delegacia de Polícia de Dois Irmãos encerrou, nesta quinta-feira (29), o inquérito instaurado para apurar a conduta do médico preso após ser acusado de injúria discriminatória contra uma enfermeira de 39 anos, na Unidade Básica de Saúde de Morro Reuter, no último dia 12 de fevereiro.
De acordo com o delegado Felipe Borba, o profissional, de 63 anos, foi indiciado por xenofobia. A pena para este crime é de reclusão de 2 a 5 anos e multa. “A palavra da vítima foi respaldada e complementada pelo testemunho de outras pessoas, de forma que a conduta do investigado se amoldou perfeitamente ao disposto no Art. 2º-A da Lei nº 7.716/89. A partir dos depoimentos colhidos, apontou-se que o diálogo não se restringiu à crítica de cunho profissional, uma vez que, além da ofensa mencionada pela vítima, no sentido de que seria ‘nordestina burra’, o profissional da saúde teria proferido discursos preconceituosos contra pessoas oriundas da região nordeste do país”, destaca o delegado. Conforme apurado pela polícia, o médico teria utilizado expressões como “nós gaúchos trabalhamos o dobro para sustentá-los”, “eles vão tomar conta do Rio Grande do Sul” e “o Brasil não vai pra frente por causa dessa gente”.
Segundo o delegado Borba, o médico negou as acusações. “O médico negou qualquer manifestação discriminatória, aduzindo que manteve a conversa em nível profissional, sem qualquer ofensa. Entretanto, os demais elementos de convicção colhidos durante a instrução do procedimento indicam que houve a prática do crime, razão pela qual concluímos com o respectivo indiciamento”, comentou.