Câmara volta a debater projeto de prédio ao lado do Parque Municipal

01/12/2023
(Foto: Divulgação / Câmara)

(Foto: Divulgação / Câmara)

O polêmico projeto de construção de um prédio ao lado do Parque Municipal Romeo Benício Wolf, em Dois Irmãos, segue rendendo debates na Câmara de Vereadores. Na última segunda-feira (28), foram aprovados três pedidos de informação e um requerimento relacionados ao assunto, todos apresentados por Cristine Groth (PT). Veja o que dizem:

Requerimento 95/2023: Que seja informada a localização das vertentes e fontes naturais de água que se encontram dentro do Parque Romeo Benício Wolf, encaminhando mapa/croqui identificando cada local.

Pedido de informação 12/2023: Qual foi o método utilizado para calcular o sombreamento gerado pela edificação a ser construída na Avenida Porto Alegre, nº 1147, bairro União?

Pedido de informação 13/2023: O lago existente no espaço interno do Parque Romeo Benício Wolf é natural ou artificial?

Pedido de informação 14/2023: Qual a nominata dos membros titulares e suplentes que integram o Conselho do Plano Diretor, assim como qual entidade/órgão cada um representa?

 

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Opiniões divididas na tribuna

Durante a sessão, Cristine apresentou um vídeo sobre a área em questão.

– O projeto prevê um condomínio residencial com salas comerciais no térreo. Aqui diz que é um empreendimento de alto padrão, no estilo francês, destacado pelo telhado característico dos prédios parisienses. Serão 8 pavimentos + ático (em arquitetura, último andar de um edifício, que repousa sobre uma cornija para esconder o telhado), com 42 apartamentos de dois e três dormitórios, além de 5 lojas. Trago esse assunto novamente porque alguns tinham dúvidas da área e da localização. No estudo de impacto de vizinhança, diz que foi feito um levantamento na vizinhança, mas será que foi feito um levantamento com pessoas que estavam dentro do parque? Olhando a área, volto a repetir que não acredito que as pessoas queiram um empreendimento desses ao lado do parque. Quem vai decidir se quer ou não esse empreendimento é o povo de Dois Irmãos – declarou.

Para Darlei Kaufmann (PSB), está se “cometendo um crime contra as futuras gerações”.

– Mas vejo que, fora dos discursos, pouco nos preocupamos com as gerações que estão vindo. Ao que tudo indica, vamos permitir que um prédio se instale ao lado do parque, tirando a privacidade de uma parte do parque. E a questão não é somente a sombra; é muito mais, é a privacidade das pessoas que frequentam, é a brisa que vem da mata – comentou.

Ele disse ainda que, de 40 pessoas ouvidas na região, 23 disseram ‘sim’ ao projeto.

– Esse estudo de impacto de vizinhança é uma afronta a nossa Inteligência. A parte que se refere a pesquisa de opinião pública jamais pode ser feita pela empresa contratada pelos donos do empreendimento. O Departamento de Meio Ambiente votou contra o estudo de impacto de vizinhança, acreditando ser necessário um maior aprofundamento da questão, mas alguns conselheiros deixaram muito claro na ata que poucas pessoas foram entrevistadas. Também foi colocado por alguns conselheiros que, com a liberação desta obra, podemos, de certa forma, também mudar o nome do parque: um dos conselheiros sugeriu começarmos a chamar o parque de praça – acrescentou.

Elony Nyland (MDB) não vê problemas com a futura construção.

– É um prédio belíssimo que está dentro da Lei municipal. Se tivesse algo contrário à Lei, eu seria o primeiro a dizer que sou contra. Posso estar enganado, mas daqui a pouco pode até ter construtores desse município que são contra um empreendimento dessa natureza. São apartamentos de primeira qualidade, de luxo, e quem de nós não ia querer morar do lado de uma parque desses, de amanhecer já vendo o parque florido, as pessoas transitando alegres... Isso é progresso, penso que valoriza toda a região – opinou.

Ederson Bueno (MDB) se disse favorável a uma audiência pública:

– Também me preocupo com a questão ambiental, mas também entendo que foram feitos vários estudos de impactos, laudos foram concluídos e, pelo que passaram, apenas três árvores teriam que ser suprimidas; a área de preservação ambiental será preservada, e esses pontos têm que ser levados em consideração. Acho que a discussão com a população é válida, é importante a gente levar a opinião da população em conta.

Sérgio Kroetz (PP) entende que, se não há impeditivo legal, a obra pode sair.

– Sempre sou a favor da natureza, mas semana passada o nosso chefe do Departamento de Meio Ambiente deixou bem claro que a natureza não será danificada. Se não for atingir o meio ambiente, sou favorável à construção – afirmou.


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