Fonte: Exame
A economia brasileira cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior, segundo o resultado do produto interno bruto (PIB) de janeiro a março. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação ao mesmo trimestre de 2021, o PIB teve crescimento de 1,7%. Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre totalizou R$ 2,249 trilhões.
O resultado ficou em linha com as expectativas, embora levemente abaixo do consenso e longe das projeções mais otimistas, algumas apostando em alta acima de 1,5%. A projeção mediana, segundo a Bloomberg, era de 1,2% na comparação trimestral. Este é o terceiro resultado trimestral positivo do Brasil após a queda brusca na economia com a covid-19. O PIB havia crescido 0,5% no quarto trimestre. No acumulado de quatro trimestres até março, o PIB acumula crescimento de 4,7%, ligeiramente acima dos 4,6% que o Brasil cresceu no acumulado de 2021. Apesar disso, a expectativa é que a economia feche o ano com crescimento pouco acima de 1% diante da desaceleração prevista para o restante de 2022.
Economistas vinham revisando para cima suas projeções para o primeiro trimestre após bons resultados de varejo, consumo e atividade econômica divulgados anteriormente, além da valorização do preço das commodities no mercado internacional. Os próximos meses, no entanto, serão marcados por mais incerteza. A expectativa é de desaceleração no PIB brasileiro no segundo semestre em meio à inflação, alta de juros, desaceleração da economia da China e desafios globais com a guerra na Ucrânia.
Setor de serviços é destaque
Como esperado, o grande destaque do primeiro trimestre foi o setor de serviços, que teve alta de 1,0% entre janeiro e março em relação ao trimestre anterior. Houve queda na Agropecuária (-0,9%) e estabilidade na Indústria (0,1%). Em relação ao mesmo período de 2021, a queda da Agropecuária foi de 8,0%, em meio à quebra em safras importantes, como a soja. Na outra ponta, a alta no primeiro trimestre foi puxada em parte pelo consumo das famílias, que volta a crescer com a reabertura da economia após o auge da covid-19.
Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias teve crescimento de 0,7%. A Despesa de Consumo do Governo ficou estável (0,1%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (-3,5%), que inclui investimentos privados produtivos, registrou queda. O Brasil também se beneficiou com a alta no preço das commodities, efeito que deve se mostrar mais nos próximos trimestres. As exportações cresceram 5,0%, enquanto importações caíram 4,6%. O primeiro trimestre, vale lembrar, não foi totalmente impactado pela guerra na Ucrânia, que começou somente em 24 de fevereiro.