Fonte: Secretaria Estadual da Saúde
Entre 2010 e 2020, a detecção de novos casos de aids entre os gaúchos registrou queda de 49,8%, com 21,8 casos por 100 mil habitantes. Onze anos atrás, a mesma proporção era de 43,4 por 100 mil. Apesar do recuo significativo, o Rio Grande do Sul ainda apresenta taxa superior à nacional, de 14,1 casos/ 100 mil habitantes, segundo números divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Nacional de Luta Contra a Aids.
Também entre 2010 e 2020, o número de óbitos ligados à doença no Estado caiu de 1.458 para 1.065. Por 100 mil habitantes, a taxa recuou de 11,7 óbitos para 7,2. Ainda que se mantenha acima da média nacional, de 4 óbitos a cada 100 mil habitantes, o declínio foi de 38,5% em dez anos. A redução nos óbitos pode ser atribuída à melhoria na detecção precoce dos portadores do HIV e também à qualidade da assistência dispensada. Para manter os números em declínio, a Secretaria da Saúde lançou nesta quarta-feira uma campanha que incentiva os testes para detecção do vírus HIV, tornando-os uma rotina da saúde da população sexualmente ativa. “Na pandemia, houve um decréscimo na testagem. Por isso, escolhemos o teste esse ano para marcar uma retomada”, explicou a coordenadora da Política Estadual de IST/Aids, Ana Baggio. “O foco agora é um retorno às estratégias, principalmente nas unidades de saúde, que oferecem o teste à população”.
Além do HIV, a testagem detecta também casos de portadores de sífilis e de hepatites virais. A Secretaria da Saúde prepara ainda uma cartilha para gestores e um ônibus itinerante para a aplicação de testes, entre outras atividades do Dezembro Vermelho, campanha de conscientização para o tratamento precoce da aids e de outras infecções sexualmente transmissíveis.
Transmissão para bebês caiu 41%
Outra evolução ao longo do tempo foi a queda envolvendo a transmissão vertical, da mãe para o bebê. Em 2010, foi de 8,2 casos a cada 100 mil habitantes. Já em 2020, foi de 1,7 a cada 100 mil. Entre 2019 e 2020, a redução de 41,4% levou o Estado a deixar de constar entre aqueles com as taxas de detecção mais altas.
No Rio Grande do Sul, é obrigatória a testagem em todas as gestantes e parturientes. A medida permite o tratamento adequado às portadoras do HIV, reduzindo a transmissão para as crianças. Segundo a Coordenação Estadual de IST/Aids, a adoção de medidas desde o pré-natal pode reduzir as chances de transmissão vertical para menos de 2%. O Estado, porém, ainda lidera ainda a incidência de HIV entre as gestantes, com 8,1 casos a cada mil nascidos. Ainda assim, depois de permanecer por três anos estável, houve recuo de 12,5% entre 2019 e 2020.