Reclassificação de padrão das merendeiras volta ao debate na Câmara

03/08/2022
(Foto: Divulgação / Câmara)

(Foto: Divulgação / Câmara)

A presença de merendeiras e serventes de escola na sessão de segunda-feira (1º) fez a Câmara de Vereadores de Dois Irmãos retomar o debate sobre a reclassificação de padrão da categoria. Paulino Renz (PDT) foi o primeiro a se manifestar na tribuna.

– Peço com carinho ao prefeito que olhe para essas pessoas que trabalham no nosso município, que dão o seu melhor. Que o prefeito pague um salário digno para essas pessoas. O que mais se vê aqui na cidade são cargos de confiança, e as pessoas que trabalham não ganham salário digno – declarou.

Sheila da Silva (PT) destacou que a reivindicação é antiga e que o grupo busca o apoio do Poder Legislativo.

– Eu já manifestei em outros momentos a minha posição favorável a essa causa, porque eu conheço a realidade do trabalho nas escolas, já fiz gestão de serviços de limpeza, de produção de merenda junto ao grupo das merendeiras e merendeiros, e sei que o serviço deles é intenso, muitas vezes pesado, repetitivo, numa jornada semanal que está fixada hoje em 44 horas. Não é por acaso que as doenças causadas por movimentos repetitivos e tão intensos e tão pesados atingem tantos profissionais desta área. Não é por acaso que alguns pedem demissão. Às vezes ocorre que a gente tem apenas duas ou três profissionais na escola tendo que dar conta de produzir merenda para 300, 400 alunos, mais limpeza da escola, de banheiro, sala de aula e pátio – comentou.

Segundo a vereadora, o Poder Executivo reconhece a legitimidade da reivindicação, mas não age como deveria.

– Infelizmente, o que a gente vê hoje me parece que é um discurso que se repete, que dizem que vão resolver logo ali na frente. Só que o tempo vai passando e elas continuam aguardando. Me preocupa muito essa postura de ficar empurrando com a barriga e fazer de conta que está se resolvendo, quando na verdade me parece que estão enrolando as pessoas e brincando com seus sonhos. E não dá pra vir com discurso de que se está preocupado com a saúde financeira do município. Há poucas sessões foi criado um cargo que me parece desnecessário, para uma nutricionista, que vai acrescentar em mais de R$ 100 mil anuais os custos do orçamento. Peço que se construa de fato uma solução e que se atenda essa reivindicação das serventes e merendeiras que querem a concretização na prática da sua valorização – afirmou Sheila.

Ainda sobre a criação do cargo de nutricionista, ela conta que foi questionada sobre o assunto por uma pessoa da área da saúde.

– Supostamente a pressa em criar o cargo era porque o concurso estava esgotando seu prazo de validade e que a servidora que foi nomeada era da relação de confiança próxima aos gestores atuais. Ainda quero averiguar melhor, mas, se isso se confirmar, mostra que ajeitaram para nomear uma concursada, uma pessoa amiga, antes que o concurso perdesse a validade, sem ter uma noção clara da prioridade e da necessidade desse serviço no momento – concluiu ela, reiterando a necessidade de contratar mais médicos.

 

APOIO

Darlei Kaufmann (PSB) declarou que a categoria tem seu apoio.

– Todos os profissionais que estão na escola têm a mesma importância no processo de aprendizagem. Acho justa a reivindicação e precisamos estudar essa questão.

Ederson Bueno (MDB) disse que já conversou sobre o assunto com o prefeito Jerri Meneghetti.

– Apoio a causa de vocês abertamente há algum tempo. Também conversei com o presidente do Sindicato (dos Servidores Públicos), e a ideia é que se passe do padrão 2 para o padrão 4. É uma questão um pouco delicada, demanda tempo, demanda bastante estudos de impacto financeiro, mas acredito que com persistência e diálogo a gente consiga chegar ao resultado que vocês esperam – afirmou o vereador.

A propósito do comentário de Sheila sobre a contratação de nutricionista, ele acrescentou:

– A colega deixou claro que o município tem outras necessidades na área da saúde, e acredito que realmente tenha – ginecologia é uma das principais –, mas nada impede que sejam contratados mais profissionais porque está sendo contratada uma nutricionista. Acho que é válido esse contraponto também.

 

NÚMEROS

O presidente Ramon Arnold (PP) apresentou os números da reivindicação.

– No padrão 2, hoje elas recebem R$ 1.620,57 + 20% de insalubridade, que corresponde a R$ 321,88. Dentro deste escopo, nós temos os anuênios, os adicionais, o salário adicional a cada cinco anos quando não há falta e o vale-refeição. Esses são os subsídios desta categoria, que, me corrijam se eu estiver enganado, pedem subsídio no padrão 4, que corresponde a R$ 1.771,33, e a insalubridade passaria para R$ 354,27. Ou seja, de salário bruto esses servidores hoje recebem R$ 1.942,45, sem os adicionais, fazendo o pleito para R$ 2.125,60. O estudo de impacto reflete o impacto versus o número de servidores, versus o ano e versus todos esses reflexos que não estão contabilizados aqui. Eu só trago isso à luz da discussão pública para que todos possam ter esses números em mãos e levar em consideração – observou.


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