(Foto: Divulgação)
Saúde pública é tema que não sai da pauta da Câmara de Vereadores. Na sessão da última segunda-feira (28), Paulino Renz (PDT) voltou à carga.
– Faço um apelo ao prefeito e aos colegas, para ver o que nós podemos fazer para melhorar aquela nova Emergência. Se tiver que botar mais médico, tem que botar. Se tiver mais custo, é o povo que paga mas pelo menos vai ser bem atendido – comentou.
Na sequência, o vereador foi incisivo ao lembrar o antigo prédio derrubado pela prefeitura para a construção do Pronto Atendimento 24 horas.
– Demoraram cinco anos para fazer uma merda ali, desculpa a palavra. E quem achar que o vereador está falando muito, tem que ir lá olhar. Não sou técnico, engenheiro ou pedreiro, mas sem medo de errar: aquele outro prédio durava no mínimo mais uns 30 anos; esse ali não vai durar 10; está trincado, rachado. Foi mal feito. Nossos engenheiros da prefeitura estão aonde? Não estavam fiscalizando? Inclusive, quando estavam fazendo o prédio, caiu parede. É uma vergonha o que fizeram, a verdade é essa – criticou ele, indignado. – É cobrança e mais cobrança na saúde; dá para escrever um livro por semana – acrescentou.
Valor referencial inflacionado
A respeito do número de médicos, o presidente Ramon Arnold (PP) disse que conversou com a secretária da Saúde, Júlia Lopes de Oliveira.
– Temos hoje no hospital um contrato em que o município repassa um valor mensal ao IB Saúde, e o IB Saúde administra o hospital. A gente vê que o hospital tem uma certa dificuldade muitas vezes quanto a médicos. O fato é que antes da Covid nós tínhamos um valor referencial; todos os médicos que prestam serviço para o IB Saúde são médicos que prestam serviço através de nota fiscal de serviço, eles não são médicos contratados. Portanto, passada a Covid, o valor inflacionou e realmente teve um aumento muito grande. Esses números muitas vezes nos assustam porque são números bem consideráveis por uma hora médica, e se for considerar as rotinas de 24 horas de pediatria, de ginecologia e de clínica geral, os valores realmente são muito grandes – comentou.
Segundo Ramon, o objetivo é buscar uma solução.
– No domingo à noite, conversando com o diretor do hospital sobre o caso de uma demora, ele comentou que alguns médicos inclusive pediram valores a mais para ficar de plantão no Carnaval. Conversei com a secretária Júlia, e nós vamos tentar verificar o que é possível fazer neste aspecto, da gente conseguir tirar algum tipo de proveito do momento e incorporar junto aos médicos algum tipo de contrato em que a gente consiga amarrar a médio e longo prazo esse tipo de situação junto ao nosso prestador de serviço – completou.
Sem ar condicionado no transporte de pacientes
Sheila da Silva (PT) levou para a tribuna uma situação relatada por usuários do transporte de pacientes da Secretaria da Saúde.
– Semana passada, naquele calor escaldante, uma das vans ou micros que transportava pacientes fez roteiro com ar condicionado estragado e sem possibilidade de abrir as janelas. Não sei se o trajeto foi a Porto Alegre, mas creio que sim. Pode parecer algo pequeno aos olhos de alguns, mas pacientes que precisam se deslocar tão longe, num calor insuportável, sequer podendo abrir as janelas, imaginem a situação – contou.
A vereadora cobrou mais atenção do poder público.
– Não pode ser algo pequeno se, na nossa primeira reunião interna, foi proposta a troca do carro que hoje está disponível aos vereadores para deslocamento, por um carro com ar condicionado. Não ter ar condicionado numa van que transporta pacientes não pode ser algo pequeno quando eu soube do orçamento feito pela prefeitura para comprar aromatizantes para os carros novos que são ocupados por funcionários da prefeitura. Se esses caprichos são importantes, penso que uma van que transporta pacientes não pode sair da garagem sem ter o problema do ar condicionado resolvido. Peço que sejamos mais atentos e cuidadosos em relação a essas questões – concluiu Sheila.
Sergio Kroetz (PP) também foi procurado sobre o caso.
– Fiquei surpreso quando me passaram que esse ônibus terceirizado não teria nem como abrir a janela. Com esse calor e o trânsito intenso para a Capital, ninguém merece ficar sem ar condicionado. Só para lembrar: sempre fui contra essa terceirização, pois fica difícil fazer uma cobrança se essa empresa não está comprometida com a cidade. Recebi várias denúncias de pacientes que usam esse serviço, reclamando do motorista, da qualidade do ônibus e principalmente do ar condicionado. Tempos atrás até passei um orçamento para o prefeito para comprarmos um ônibus novo – comentou o vereador.