(Por Giordanna Benkenstein Vallejos)
Nas escolas municipais Felippe Wendling (Bela Vista) e Arno Nienow (Navegantes), em Dois Irmãos, assim como nas demais instituições de ensino, todos os alunos retornaram para as salas de aula após um período de quase dois anos de ensino híbrido e a distância.
Os estudantes, em sua maioria, surpreendem usando máscaras, álcool em gel e mantendo o distanciamento social com disciplina. “A maioria respeita o uso da máscara e o distanciamento social”, explica a pedagoga Rosane Maria Sebastiany, da Arno Nienow. Eles também demonstram felicidade por retornarem para o ambiente escolar, assim como os colaboradores por verem os pequenos trazendo energia e vida para as escolas. “Os alunos sentiram muita saudade e nós também, porque escola sem alunos é somente um prédio. O que dá vida para isso aqui são as crianças”, comenta a diretora da Felippe Wendling, Elisandra Bremm.
O aluno Renan Belon da Silva, estudante do 9° ano da Felippe Wendling, diz não ter medo de retornar para a sala de aula devido a vacina, e que quase todos os seus colegas já foram imunizados com a segunda dose. Erica Flores Bueno, também do 9° ano, celebra o retorno. “Preferimos aulas presenciais porque a distância a gente não aprendia quase nada, era bem difícil. Se mandava uma dúvida para o professor na plataforma, ele respondia muito tempo depois. Na aula presencial o professor está do lado, apoiando e explicando a matéria”, comenta.
Essa comparação das aulas presenciais com as aulas online também é sentida na Arno Nienow. “Gostei muito de voltar para a escola. Eu senti falta de tudo, até dos diretores. Gosto muito de aula presencial, nós conseguimos aprender, é mais fácil de entender os professores”, relata a aluna Luisa Schefer, de apenas 7 anos. A estudante do 8° ano Gabriela Maria Michel acrescenta: “A expectativa é que possamos passar o ano inteiro com aulas presenciais e conseguir aprender o que não aprendemos nos últimos anos.”
Pandemia prejudicou ensino
Durante as aulas online, alguns estudantes afirmaram terem usado o Google ou Brainly para conseguir as respostas das atividades. Além disso, os pais podem ter realizado as questões propostas para as crianças no ensino remoto. Outro agravante é a falta de convívio social e do contato próximo com o professor em sala de aula. Esses elementos somados levaram a uma grande lacuna no aprendizado.
Conforme a diretora da Felippe Wendling, todos os alunos foram prejudicados. Ela destaca que algumas crianças que estavam na educação infantil irão para o 1° ano sem estarem alfabetizadas. A professora Maria Wendling Brischke, da Arno Nienow, dá aulas de português e percebeu que na sua disciplina houve um retrocesso especialmente na parte de ortografia. “Isso mostra, mais uma vez, que os professores não são dispensáveis”, completa.
Reforço escolar é alternativa
Para amenizar esse impasse, a escola Felippe Wendling está aproveitando as brechas de horários dos professores para conduzir o reforço escolar. A partir da próxima terça-feira (8), haverá reforço no turno inverso para os estudantes. A Arno Nienow irá iniciar, a partir da semana que vem, o reforço escolar para aqueles que têm dúvidas pontuais e o laboratório de aprendizagem para aqueles que não conseguem acompanhar diariamente as atividades em sala de aula.
Além do trabalho de recuperar os conteúdos perdidos, as escolas também buscam retomar seus projetos como a banda e as atividades extraclasse. Com o retorno das aulas presenciais, fica evidente a importância do ambiente escolar para o desenvolvimento das crianças e das comunidades que as rodeiam.