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No calendário de cores da conscientização sobre temas de saúde, o Fevereiro Roxo é dedicado a informar o público sobre prevenção, diagnóstico e cuidados da doença de Alzheimer. Trata-se de uma enfermidade neurodegenerativa progressiva, ou seja, que vai se agravando ao longo do tempo, com deterioração cognitiva e da memória. É o tipo mais comum de demência no Brasil e no mundo.
O Alzheimer compromete o comportamento e a realização das atividades da vida diária, tornando o paciente dependente de cuidadores. Em geral, acomete idosos, mas os sintomas, como dificuldade para completar tarefas antes realizadas com facilidade (leia mais abaixo), não devem ser interpretados como características naturais do envelhecimento, conforme alerta da Alzheimer’s Association (Associação de Alzheimer), referência global no tema.
O quadro é muito insidioso, classifica a neurologista e psiquiatra Silvia Stahl Merlin, vice-diretora do Departamento de Psicogeriatria da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e médica assistente do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os sintomas vão surgindo devagar e sem constância.
– A pessoa hoje esquece de pagar uma conta, depois esquece de ir a uma consulta, esquece de deixar recado, esquece o aniversário da sobrinha. São eventos pontuais, que acabam parecendo normais. Com o tempo, você vai começando a ter prejuízo familiar, social e econômico por conta desses esquecimentos. Quando a pessoa começa a ter prejuízo funcional, a gente consegue fazer o diagnóstico – afirma Silvia.
O diagnóstico se baseia em uma ampla avaliação médica, com análise do histórico familiar, exames de imagem do cérebro, exames de sangue, testes para verificar a memória e a capacidade de pensamento, entre outras medidas. De acordo com Silvia, essa fase de identificação pode se estender por dois ou três anos.
– Justamente por ser muito confundido com outras patologias e situações, o Alzheimer tem diagnóstico difícil – diz Silvia.
O Ministério da Saúde aponta quatro fases desta demência:
– A forma inicial: com alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;
– A forma moderada: com dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, agitação e insônia;
– A forma grave: marcada por resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer, deficiência motora;
– O estágio terminal: quando há restrição ao leito, mutismo, dor para deglutição e infecções.
Ainda não há uma receita preventiva específica para a doença de Alzheimer. Especialistas recomendam um estilo de vida saudável e ativo, física e cognitivamente, baseado em interações sociais.
A partir da identificação da doença de Alzheimer, a fase de cuidados inclui medicação e é focada na orientação da família e dos cuidadores, na coordenação entre os diferentes profissionais de saúde que atendem o paciente, no tratamento de questões médicas coexistentes e em intervenções comportamentais para ajudar com sintomas como agressividade, insônia e agitação.
Sintomas da doença de Alzheimer
– Perda de memória
– Repetição da mesma pergunta diversas vezes
– Dificuldade para completar tarefas antes facilmente executadas, resolver problemas e acompanhar conversas
– Dificuldade para dirigir e encontrar caminhos conhecidos
– Dificuldade para encontrar palavras para exprimir ideias e sentimentos
– Irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade
– Tendência ao isolamento, com afastamento de amigos e familiares
– Confusão sobre locais, pessoas e eventos
– Interpretação errada de estímulos visuais ou auditivos
Fonte: Associação de Alzheimer e Ministério da Saúde