De acordo com o cronograma, aulas devem se recuperadas até o final do mês
Após quase dois meses de paralisação de professores da rede estadual, descontentes com propostas do governador Eduardo Leite, as aulas foram retomadas na escola Affonso Wolf, no bairro Vale Verde, em Dois Irmãos. Os alunos voltaram às salas na segunda-feira, dia 6. “Mais de 90% dos estudantes já está de volta. Alguns ainda estão viajando, mas retornando à medida que chegam à cidade”, comentou o vice-diretor Mauro César Tonidandel.
A expectativa, de acordo com Mauro, é de que o ano letivo de 2019 encerre daqui a três ou quatro semanas. O quadro de horários é organizado de acordo com a disponibilidade dos professores, já que alguns atuam também em outras instituições de ensino. Segundo o vice-diretor, cerca de dez educadores seguiam paralisados até a manhã desta terça, dia 7, porém alguns já sinalizavam retorno a partir da próxima semana. “Tudo depende da reunião desta manhã”, comentou, se referindo ao encontro ocorrido às 11h, entre Cpers e Secretaria de Educação do Estado. O objetivo era definir o futuro da greve, que ocorre desde novembro do ano passado. Concluídas as aulas de 2019, os professores terão um mês de férias, período que a escola terá para organizar o ano letivo de 2020. Aí, sim, devem iniciar as aulas.
Na escola estadual 10 de Setembro, no Centro, cerca de 10 professores também aderiram à paralisação no mês de novembro, porém todas as aulas foram recuperadas até o dia 26 de dezembro.
Greve iniciou em novembro
A greve dos professores da rede estadual do Rio Grande do Sul foi anunciada no dia 18 de novembro, em protesto ao pacote de medidas apresentado pelo governador Eduardo Leite no dia 13 daquele mês, que incluiu a reestruturação da carreira do magistério e também propôs mudanças a respeito de benefícios das forças de segurança, entre elas Brigada Militar e Polícia Civil. Não bastasse o pacote, os professores que aderiram a greve tiveram o ponto cortado durante a paralisação.
A Secretaria de Educação do Estado sugeriu que o calendário de recuperação das aulas ocorresse entre os dias 21 de dezembro e 23 de janeiro. As férias docentes, no caso, foram sugeridas para depois da recuperação, entre 24 de janeiro e 22 de fevereiro. O Cpers quer negociar a reposição das aulas. “Vamos levar a pauta do sindicato ao governador Eduardo Leite ainda hoje e, conforme informado por ele mesmo, em um prazo máximo de 48 horas deveremos marcar um novo encontro com a presença do governador para dar as respostas”, disse o secretário Faisal Karam, no encontro desta manhã.
Conforme o balanço mais recente da Secretaria de Educação, permanecem em greve 132 escolas de um total de 2,5 mil instituições estaduais.