(Foto: Arquivo JDI)
Na sessão da segunda-feira (5), a Câmara de Vereadores de Morro Reuter apresentou uma moção de repúdio ao processo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento – Corsan, anunciado pelo Governo do Estado no dia 18 de março. O documento, assinado por todos os vereadores, pede que seja suspendida a tramitação da PEC que extingue o plebiscito. A proposta está em análise na Assembleia Legislativa.
Wanderlei Behling (SD), popular Pitcha, foi o primeiro a se manifestar sobre o assunto na tribuna. Ele entende que a privatização vai prejudicar o município. “Ainda mais com o investimento que está sendo feito agora em Morro Reuter”, afirmou. “Não podemos aceitar que privatizem a Corsan; isso vai causar uma despesa muito grande ao nosso munícipe. E o principal de tudo: hoje, nós vereadores e o Executivo ainda conseguimos ter acesso à gerência da Corsan para reclamar de determinada situação. No momento em que estiver privatizado, esse acesso vai cair. Um exemplo disso é a RGE: é um dilema a gente conseguir ser atendido, e quando é atendido, demora muito”, completou o vereador.
Para Daniel Theisen (PP), a possibilidade de privatização deixa um alerta preocupante para Morro Reuter, que não é autossuficiente em recursos hídricos. “Entendemos que privatizar pode ser benéfico até certo ponto, mas para o nosso município, que é pequeno, depende de outro município para ter água e da perfuração de poços que ainda não foram feitos; vai ser prejudicial. Também liga o alerta para o Poder Executivo buscar a perfuração de mais poços em outros locais”, afirmou.
Corsan é fundamental, diz Guido Dilkin
O presidente Guido Dilkin (PP) agradeceu por todos assinarem a moção, e partilhou da preocupação dos colegas. “Estamos sendo abastecidos pelo município vizinho de Dois Irmãos, e todos sabem que nenhuma empresa começa a trabalhar sem ter retorno. O município precisa ser autossuficiente, e mandar água de Dois Irmãos se torna caro. Se uma empresa privada entra no nosso município, vai aumentar muito a taxa da água”, observou.
Guido acredita que o assunto precisa ser amplamente discutido. “Temos que nos mobilizar para não acontecer (a privatização); primeiro, tem que ser feito um debate. Por que privatizar uma empresa que no ano passado deu R$ 300 milhões de lucro? Alguma coisa está por trás disso, é isso que deve ser questionado. Ele (o governador Eduardo Leite) tem que vender o que não dá lucro; o que dá lucro, tem que manter. Para o município de Morro Reuter, a Corsan é fundamental”, concluiu o presidente.