Oposição diz que projeto habitacional não contempla ‘a maioria do povo trabalhador’

07/07/2020
Base governista alega que modelos de financiamento hoje são outros

Base governista alega que modelos de financiamento hoje são outros

Na sessão desta segunda-feira (6), vereadores da oposição lamentaram a dificuldade que a população de Dois Irmãos terá para acessar os financiamentos do projeto habitacional “Um Lar Para Chamar de Meu”. Eles criticaram os valores de entrada e das futuras prestações do imóvel. No final de junho, a prefeitura divulgou uma lista de selecionados com 100 titulares e 100 suplentes. Na última semana, uma nova lista de suplentes foi divulgada em razão de desistências e pelo fato de alguns inscritos já terem adquirido moradia no período de execução do projeto.
Segundo Joracir Filipin (PT), o projeto da prefeitura terá prestações iniciais na faixa de R$ 1 mil e obriga muitos selecionados a desembolsarem uma entrada de cerca de R$ 30 mil. “Parabéns para aqueles que vão conseguir, porque esse projeto, neste momento, não vai contemplar a maioria do nosso povo trabalhador”, afirmou o presidente em exercício. “É um projeto que deveria ter sido olhado com mais carinho e atenção para a classe trabalhadora. A gente quer lutar por moradia com uma prestação baixa, que a população possa pagar e que se enquadre no seu salário”, acrescentou. Para Filipin, faltou sensibilidade por parte da atual administração. “A família também precisa sobreviver. Uma prestação de 900, de 1 mil reais é muito alta. Além do mais, ainda tem que desembolsar no ato cerca de R$ 30 mil. Vamos ter que achar uma maneira para que daqui a pouco esses 20% de contrapartida não sejam cobrados pela prefeitura neste momento”, observou o petista.
Eliane Becker (PP), da base governista, disse que os modelos de financiamento hoje são outros. “Somente na era Lula se conseguia o que se conseguiu no Residencial das Flores (São João), que eram casas populares para quem recebia uma renda de até R$ 1,6 mil. Não há mais financiamentos neste modelo. Agora, precisa ter no mínimo dois salários e meio, e se estiver com dívidas no SPC e Serasa, não pode participar. Antes, podia”, explicou. “A análise é muito maior do que antes, e não é porque a prefeitura quer. A Caixa Econômica Federal aumentou a rigidez sobre os financiamentos”, completou a vereadora.


POLITICAGEM
Paulo Fritzen (PSD) não gostou da explicação. “O que nós vínhamos dizendo há três anos? É politicagem! A classe média baixa não vai conseguir nada. Deviam mudar o nome para ‘Um lar chamado de meu rico’, porque é a classe média rica que vai conseguir pegar esse financiamento”, disparou o vereador. “E não adianta dizer que é porque a Caixa mudou; deveriam ter visto isso antes. Ou fizemos casa popular para pessoas humildes, ou então dizemos que é para a classe média alta. Quem tem R$ 20 mil, R$ 30 mil no bolso jamais vai comprar uma casa popular desse tipo. Outros municípios têm casa popular do mesmo tipo ou até melhor por 444 reais a prestação, sem entrada. Por que Dois Irmãos não pode fazer a mesma coisa?”, questionou Fritzen.
Mais tarde, o presidente Filipin voltou ao assunto. “De fato, na era Lula o povo tinha oportunidade, os financiamentos eram mais acessíveis. Aqueles governos que são voltados para a população são assim. Quando se tem um governo que não dá incentivo, a população acaba pagando uma prestação de R$ 1 mil e tem que dar entrada de R$ 30 mil. Esse é o programa do governo que está hoje aí. A população tem que analisar essas questões na hora de votar”, concluiu.


SAIBA MAIS
A construção do Residencial dos Imigrantes I e II, localizado no bairro Bela Vista, contará com 84 sobrados e 16 casas para pessoas portadoras de necessidade especial (PNE) e idosos, totalizando 100 unidades. Os custos serão de R$ 155 mil e R$ 158 mil, de acordo com o imóvel do beneficiário, que poderá financiar até 80% do seu valor.


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