Fonte: Zero Hora / Foto: COB

O Brasil já é medalhista olímpico no futebol feminino dos Jogos de Paris. Após vencer a Espanha, por 4 a 2, nesta terça-feira (6), a Seleção Brasileira confirmou a classificação à final das Olimpíadas. O avanço veio com uma atuação de gala diante das atuais campeãs do mundo, que dá confiança para sonhar com o ouro inédito contra os Estados Unidos.

– É difícil de acreditar, todo mundo sonha em estar num momento como esse e é parabenizar muito o grupo, porque a gente se fechou e falou que ia conseguir. Fizemos acontecer. Então, estamos de parabéns. Temos muitas meninas machucadas, cansadas, e é isso, uma final a cada jogo. Sabíamos que nas Olimpíadas ia ser assim e hoje (terça-feira) não foi diferente – afirmou a meio-campista Angelina, que foi a capitã do Brasil nesta terça.

Agora, o Brasil está a 90 minutos de conquistar o ouro pela primeira vez na história dos Jogos. O adversário é o mesmo das finais de 2004 e 2008, quando a Seleção bateu na trave e terminou com a prata.

– Agora está muito perto do nosso objetivo. Acho que desde a primeira fase acreditamos muito, confiamos muito no trabalho, e o resultado está sendo mostrado. Temos muita confiança nesse ouro e vamos buscar até o final – disse a meia Duda Sampaio.

– A gente vai fazer isso aqui ser histórico, porque vamos sair com a medalha de ouro. Eu não aceito menos que isso – completou a atacante Gabi Portilho.

A decisão ocorre ao meio-dia de sábado (10), no Parque dos Príncipes, em Paris. Quem vencer fica com a medalha de ouro. Em caso de empate, a decisão vai à prorrogação. E, persistindo a igualdade, tudo será definido nos pênaltis.

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Seleção feminina não vence os EUA desde 2014 e tem só quatro vitórias contra a rival

De volta a uma final olímpica após 16 anos, o Brasil vai reencontrar a responsável pela medalha de ouro ser, ainda, um sonho para o futebol feminino brasileiro. Rival na decisão do próximo sábado, em Paris, a seleção dos Estados Unidos venceu as finais dos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008 contra o Brasil.

Para acabar com a incômoda escrita, a equipe do técnico Arthur Elias terá de lutar contra um retrospecto desfavorável. Em 42 confrontos na história, os EUA têm 33 vitórias, além de cinco empates. O Brasil venceu as americanas apenas quatro vezes, a última há quase dez anos, em dezembro de 2014: um 3 a 2 com três gols de Marta, em torneio amistoso realizado em Brasília.

Além da camisa 10, outras duas jogadoras da atual seleção brasileira estavam naquela equipe: a goleira suplente Luciana e a lateral-esquerda Tamires, que está fora da final por uma contusão no tornozelo. Os EUA têm duas remanescentes daquele torneio de 2014 na equipe finalista dos Jogos de Paris: a goleira Alyssa Naeher e a lateral-esquerda Crystal Dunn, ambas titulares.

Os EUA são a maior potência do futebol feminino mundial, com quatro títulos de Copa do Mundo e quatro ouros olímpicos. E o Brasil conhece bem essa hegemonia. A pior derrota da seleção brasileira feminina foi contra as americanas: uma goleada de 6 a 0 em setembro de 1999.

Goleada na semifinal da Copa de 2007

O primeiro confronto entre as seleções foi em 1986, uma vitória dos EUA por 2 a 1 pelo Festival Internacional de Futebol Feminino. O torneio, também chamado de Mundialito, teve cinco edições entre 1981 e 1988 e ajudou a fortalecer a ideia da criação da Copa do Mundo Feminina, que teve sua primeira edição em 1991.

O Brasil precisou de seis jogos e dez anos para alcançar o primeiro empate com os EUA, 1 a 1 em janeiro de 1996. No ano seguinte, a primeira vitória brasileira: 1 a 0 em um amistoso disputado em dezembro de 1997. O Brasil esperou mais dez anos pela vitória seguinte, a mais importante da história do confronto: 4 a 0 para a seleção brasileira na semifinal da Copa do Mundo Feminina de 2007, com direito a um golaço de Marta, dando um drible da vaca na marcadora antes de finalizar de pé direito. (Fonte: ge)