Ação policial ocorreu na segunda
Alvos da Operação “Geisel”, resultado de investigação sobre a prática de maus tratos contra animais, as cinco pessoas presas na segunda-feira (6), em Dois Irmãos, receberam liberdade provisória nesta terça (7), durante audiências de custódia ocorridas no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (NUGESP), em Porto Alegre.
De acordo com o delegado Felipe Borba, titular da Delegacia de Polícia de Dois Irmãos, o Poder Judiciário homologou as prisões em flagrante, mas concedeu as liberdades provisórias mediante algumas determinações, entre elas a de que pelo menos três dos presos (pai, mãe e filha) estão proibidos de atuar na criação e comercialização de animais. O Judiciário também determinou a suspensão imediata das licenças de funcionamento dos dois canis alvos da operação na cidade, solicitando que fosse oficiada a prefeitura de Dois Irmãos, porém, de acordo com a Vigilância Sanitária do município, até por volta das 10h30 desta quarta-feira (8) a administração municipal não havia recebido este documento. Ainda na manhã de ontem, a equipe da Vigilância, acompanhada do Departamento de Meio Ambiente, Brigada Militar e Associação Amigos dos Animais, vistoriou os dois canis e alega que naquele momento os espaços estavam limpos e organizados.
A respeito do veterinário também preso em flagrante, a polícia informou que o Judiciário acolheu o pedido de suspensão do exercício profissional do mesmo, pelo prazo inicial de 90 dias, “para apurar eventuais irregularidades em sede administrativa”.
A operação
Motivada por denúncia, a Operação “Geisel”, que investiga maus tratos contra animais, ocorreu na manhã de segunda-feira. Cinco pessoas foram presas em flagrante e documentos com indicativo de fraude foram apreendidos. Durante a ofensiva, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Em Dois Irmãos, os alvos foram o consultório veterinário do profissional responsável técnico pelos dois canis fiscalizados e, em Ivoti, foi verificado outro canil, vinculado aos mesmos alvos da operação.
Nos locais, os policiais encontraram animais em pequenas jaulas e nitidamente doentes, pratos de alimentos e água sem higienização, sendo que em alguns havia inclusive larvas vivas; cachorros e gatos em ambientes completamente fechados, sem ventilação ou acesso à luz solar. Também identificaram descartes inadequados de materiais, como seringas, vidros de vacinas, que eram incendiados nos fundos da propriedade, e restos mortais de animais enterrados sem observância das normas.