Fonte: Auto Esporte
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apresentou na quinta-feira (4) os números de janeiro da indústria automotiva. A produção de veículos recuou de 209,3 mil unidades em dezembro para 199,7 mil em janeiro, o que representa uma queda de 4,6%. Em relação a janeiro do ano passado, quando foram fabricados 191,7 mil veículos, houve aumento de 4,3%.
Mas o que mais preocupa é a crise de insumos que afeta o setor. Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, destacou que esse é um fato grave no horizonte. A grande ameaça é a falta de materiais como plástico, borracha, alumínio e vidro, que estão em falta nas linhas de produção. Entre os motivos estão os reflexos da pandemia no transporte e o aumento nos preços. “Os fretes estão mais caros para garantir o abastecimento das linhas e, apesar de todos os nossos esforços, ainda não temos como prever quando haverá uma normalização das entregas de peças e insumos”, comenta o presidente.
O motivo é o baixo estoque de veículos e o agravamento dos casos de Covid-19. O aumento de infecções prejudica atividades industriais e comerciais em algumas regiões do país, o que pode impactar no fechamento de fábricas. Após começar 2021 com o menor estoque da história, o total de veículos nos pátios de montadoras e concessionárias fechou o primeiro mês do ano com volume suficiente para 18 dias de venda, um pouco maior do que os 17 dias registrados em dezembro. “Apesar das dificuldades, foi um bom número. Temos falado que a logística tem feito um trabalho excepcional, porque ainda temos descompasso e dificuldades. Fomos capazes de produzir um bom número para janeiro. Foi menor do que dezembro, mas melhor que janeiro de 2020, considerando todas as circunstâncias”, disse Moraes, vendo o lado positivo da situação.
Vendas
Em relação às vendas de janeiro, os segmentos de automóveis e comerciais leves registraram queda de 11,7% em relação a janeiro do ano passado. São 162.567 unidades neste ano contra 184.112 em 2020. O tombo é bem maior se compararmos o resultado de janeiro de 2021 com o de dezembro do ano passado: recuo de 30,1%. No último mês de 2020 foram comercializadas 232.795 unidades.
Exportações
As exportações atingiram 25 mil unidades em janeiro deste ano, o que representa uma queda de 34,8% em relação às 38,4 mil exportadas em dezembro. Na comparação com janeiro de 2020, quando 20,5 mil veículos saíram do país, houve saldo positivo de 21,9%. O presidente classificou como um bom resultando, uma vez que o cenário é difícil.
Empregos
De acordo com a Anfavea, o número de empregos do setor automotivo em janeiro foi de 103,4 mil, aumento de 2,1% em relação a dezembro, que fechou com 101,2 mil. Em janeiro do ano passado, porém, havia 107,2 mil vagas, o que indica uma queda de 3,5%. Moraes também criticou a elevada carga tributária no setor de transformação como algo prejudicial em todos os sentidos para o desenvolvimento do Brasil. De acordo com ele, enquanto 44% do preço de um carro é de impostos por aqui, em países como Espanha a carga de tributos é de 21%, na Alemanha, de 19% e nos Estados Unidos, 7%.