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Nos dias 3, 5 e 9 de agosto, a Polícia Civil realizou ciclo de palestras na escola estadual 10 de Setembro. A ação, que ocorreu a convite da direção da instituição de ensino, contou com a participação de aproximadamente 300 alunos a partir do 5º ano.
Representada pelo delegado Felipe Borba, titular da Delegacia de Dois Irmãos, e pela policial civil Ionita, lotada na Delegacia de Ivoti, a polícia falou sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas no contexto juvenil. Durante os três dias, os policiais compartilharam informações e orientações sobre o uso de drogas, a relação do tráfico de drogas com a criminalidade, bem como sobre o regime legal de responsabilização pela prática de atos infracionais.
Agradecendo o convite da escola e elogiando a iniciativa, o delegado Borba destacou a importância do trabalho de conscientização dos jovens. “Por meio das informações apresentadas aos alunos, buscamos estimular um olhar crítico em relação ao fenômeno do uso de substâncias entorpecentes, explicando que é justamente na idade em que se encontram que surgem de forma mais frequente as oportunidades de fazer uso, de experimentar e até de se envolver com a comercialização de drogas. Ao final das nossas falas ficava evidente que alguns alunos até então não tinham clareza sobre a relação do tráfico de drogas com a prática de outros delitos, como o roubo praticado pelo sujeito que, envolvido na traficância, acaba sendo ameaçado em razão de dívidas oriundas da venda e que, sem condições de arcar com o valor, vê-se impelido a subtrair bens de terceiros ou mesmo de familiares para quitar a dívida”, comenta.
Buscando trazer informações sobre a realidade de Dois Irmãos, o delegado Borba trouxe características dos responsáveis pela traficância na cidade. “Como policial, posso afirmar que em Dois Irmãos a figura do traficante costuma se confundir com a do usuário, sendo bastante corriqueira a situação em que o usuário acaba se envolvendo com o tráfico justamente para fazer frente a seu vício, diferentemente de em outros locais em que o motivo principal costuma ser dificuldade financeira, desemprego e ambiente criminógeno. Em Dois Irmãos, é comum o traficante ser jovem, de classe média e empregado. Isso significa que razões como ‘status’ perante os demais, além de outras ideias e valores equivocados acabam atraindo o jovem ao mundo das drogas, daí por que se mostra importante despertar o senso crítico no cenário escolar”, completou.
Combate ao tráfico
Por fim, os policiais também chamaram a atenção para a responsabilidade da sociedade no combate ao tráfico de drogas. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, mas a sociedade deve assumir a responsabilidade de colaborar com o combate à circulação de drogas, pois os meios de controle informal da criminalidade – família, amigos, igreja, escola, clubes etc. - são os que de maneira mais eficaz podem evitar que um jovem direcione seu comportamento ao uso de drogas ou migre em definitivo a uma carreira criminosa”, finalizou.