E qual é a sensação de acordar com um ladrão em casa?

13/05/2020
Por Alan Caldas – Editor

Por Alan Caldas – Editor

É terrível, diz Geane Johann, a Ji, uma conhecida garçonete que trabalha no Bierplatz e mora no bairro Primavera. Eis o que ocorreu com ela:
Era um pouco mais da meia-noite de sábado, dia 9, quando a família se recolheu para dormir. Estavam assistindo série na tevê e quando ouviu o barulho da água (que havia faltado) voltando, Ji foi até os fundos da casa, na área de serviços, e colocou a roupa na máquina. Em seguida, entrou em casa e como a filha Carolina ainda é pequena e tem medo de dormir sozinha, ela foi ao quarto da garota para fazer ela dormir. No quarto ao lado estava a bisavó da menina, dona Sibyla, uma senhora de 84 anos. 
Passado um tempinho, Geane ouviu um ruído na cozinha e pensou que era o marido. Abriu a porta para ir lá mas encontrou Lafaite, seu marido, no corredor da casa e viu ele lhe fazer um sinal de “entra no quarto, te tranca e chama a polícia”. Havia um arrombador na cozinha. Era um homem de camisa xadrez listrada, disse ela, que levou um susto enorme. Voltou para o quarto, pegou a filha, foi para o quarto da bisa e se trancou lá. O marido fez um movimento e, com o barulho, o ladrão percebeu ter sido flagrado. Abriu a porta e saiu correndo. O marido pegou uma faca, que era o que tinha, e saiu atrás, mas o arrombador acelerou e pulou um muro, sumindo ali na escuridão.
Lá dentro de casa, Ji tentava ligar para a Brigada Militar. Tentou uma, duas vezes, e nada. Tentou ligar para a mãe, e também não atendia. Tentou ligar para o tio, que é dono do Mercado Johann, e nada. “É que todos estavam dormindo, àquela hora”, diz ela. Então ligou outra vez para a BM e dessa foi atendida. A policial fez as perguntas de praxe e disse que mandaria um carro imediatamente para a rua. Ji deu o endereço para a policial, no bairro Primavera, e disse que era no Mercado Johann. Mas acontece que a rua ali tem outro nome e se confunde com uma rua do bairro Travessão. Na confusão, a viatura, segundo ela, foi enviada para o Travessão. 
Ji diz ter síndrome do pânico, e por mais que tentasse querer abrir a janela e gritar por socorro para a vizinhança, não conseguia abrir a janela. “Só tremia”, diz ela.
Nesse meio tempo, o marido volta e diz que o cara tinha ido para os fundos de uma casa. Após um tempo, a polícia chegou e procurou para ver se havia alguém pelos arredores. Nada. “A gente viu que ele pulou o muro da vizinha, entrou e saiu por ali”, diz Geane. “Mas ninguém ouviu, pois todos estavam dormindo”. 
Ela relata que é a primeira vez que tem essa experiência. “E é assustadora”, conta ela, “agora a gente não dorme, fica sempre alerta e qualquer barulho assusta”. 
Ela se preocupa ainda mais quando pensa que provavelmente “o cara já estivesse na garagem, quando fui colocar a roupa na máquina”. Ela lembra que anos atrás “arrombaram o mercado, mas comigo direto é a primeira vez e é muito ruim a sensação. Estamos traumatizados”. 
Por conta do medo, a família agora tranca tudo. “Se foi a paz”. E a dúvida é ainda mais forte quando se perguntam “como” alguém que sabe que tem gente na casa consegue entrar assim, na cara dura, sem medo, mesmo sabendo que tem pessoas lá dentro, com carro na garagem e tudo mais. 
Geane pede que a população “fique alerta”. E sentencia: “tem muita gente estranha caminhando na rua, precisamos nos cuidar”.


Geane, Carolina e Lafaeti, agora sorrindo, “mas o susto foi enorme”

 


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