Dois Irmãos precisa com urgência repensar a forma de tratar os pacientes de oncologia

13/05/2021
Por Nilton Tavares – Vereador (Foto: Arquivo JDI)

Por Nilton Tavares – Vereador (Foto: Arquivo JDI)

Nós já falamos aqui nesta tribuna da importância e o valor do SUS, e o citamos como talvez o melhor plano de saúde pública do mundo... Salientando que o SUS é tripartite, ou seja, é gestado pela união federal, o Estado membro e o município. Cabendo, aí, responsabilidades específicas em cada nível de governo.

Elogiamos o trabalho feito pelo nosso município nas áreas de baixa e média complexidade, que até extrapola suas obrigações legais. Temos no caso de Dois Irmãos uma excelente rede de atendimento básico, focada na estratégia de saúde da família. Temos um hospital que está dando bom retorno em serviços prestados. Hoje, é verdade, temos sim um passivo nas cirurgias eletivas, ou seja, não urgentes, as quais foram agravadas pela pandemia. Porém, tenho que aqui destacar e informar que os nossos atendimentos em algumas especialidades de alta complexidade, que são da competência e obrigação do Estado, estão com uma oferta muito deficitária e os cidadãos dois-irmonenses muito mal assistidos.

O grande exemplo dessa situação que trago aqui é a especialidade da ONCOLOGIA, na qual, hoje, o Estado disponibiliza apenas TRÊS VAGAS para atendimento mês, no município de Dois Irmãos!  O que é uma situação desumana e vergonhosa para com um paciente que necessita com urgência iniciar o tratamento especializado! O hospital referência em oncologia pactuado para Dois Irmãos é o Regina, de Novo Hamburgo, o que até parece bom pela proximidade geográfica. Porém, pela falta de atualização nos valores pagos pelo Estado ao hospital conveniado, não se consegue ampliar as vagas para tratamento.

Quem sabe se fossemos atendidos por Porto Alegre, tivéssemos acesso a mais vagas nesta especialidade, uma vez que existem outros hospitais com excelente nível nessa demanda, como o Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital Santa Rita Cássia do complexo Santa Casa de Porto Alegre, especializado em oncologia, o hospital São Lucas da PUC, entre outros. Essa situação só vai mudar se começarmos a mostrar a grande dificuldade que temos e cobrarmos soluções efetivas para trazer o mínimo de dignidade ao paciente que necessita com urgência do tratamento que pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Fiquei sabendo que essa situação já foi alvo de esforço da então prefeita Tânia, que, anos atrás, buscou a parceria de outros prefeitos da região e forças políticas para buscar a melhoria necessária. Infelizmente, pouco se evoluiu! Hoje temos menos vagas ainda, e mais necessidades.

 

Entendo que essa pauta é urgente. Não é pessoal, e gostaria de contar com a parceria dos demais colegas desta casa legislativa, do poder executivo, das lideranças políticas como deputados estaduais e federais, do Ministério Público local, das forças vivas da comunidade como sindicatos, conselhos – principalmente o da saúde, associações, da imprensa, tão fundamental para a divulgação à comunidade, enfim de todos aqueles que representem interesses da coletividade e possam somar forças para melhorarmos esse quadro dramático que temos na saúde atualmente.

 

(Discurso proferido na sessão da Câmara de Vereadores de Dois Irmãos, no dia 10 de maio)


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