Sheila esteve com Bohn Gass no DNIT (Foto: Divulgação)
Na sessão da última segunda-feira (9), a vereadora Sheila da Silva (PT) fez cobranças sobre a obra de acesso ao bairro Portal da Serra, que ainda não saiu do papel. Ela contou que na semana passada esteve na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, em Porto Alegre, com o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), para tratar do assunto (foto).
– Solicitei essa reunião para buscar informações sobre a construção do trevo de acesso na BR-116, que a gente sabe que é tão esperado e que vai facilitar muito a segurança e a travessia dos moradores dos bairros Portal da Serra, Bela Vista e também da Picada 48 e do Loteamento do Lago. Esse trevo foi prometido pelo prefeito, vice e um deputado durante a campanha de 2020, foi gravado um vídeo no local dizendo que estava tudo acertado para as obras iniciarem em março de 2021 e que os recursos estavam garantidos. Só que estamos no final de 2023 e até agora nenhuma obra foi feita no local – lamentou.
Sheila contesta a informação de que havia emenda para o trevo.
– Segundo o superintendente do DNIT (Hiratan Pinheiro da Silva), nunca teve recurso previsto de emenda parlamentar para essa obra, e o governo anterior tinha garantido apenas o recurso para a construção daquela pequena rótula na Colônia Japonesa. No orçamento encaminhado pelo governo anterior não tinha nada previsto para os trevos do Travessão, Parque Industrial e Portal da Serra, como haviam feito propaganda aqui. A boa notícia é que, com os recursos garantidos agora pelo novo governo, as obras do trevo próximo às entradas do Portal e do Bela Vista estão prestes a iniciar – afirmou ela, lembrando que os projetos foram bancados por um empresário do ramo do vestuário.
Ramon Arnold (PP) disse que também questionou a situação das rótulas.
– De fato o deputado Marcel (van Hattem) fez as indicações, fez as suas emendas para que tivéssemos essas obras regionalmente colocadas, porém, caso ele tivesse colocado como emenda para construção de rótulas, isso entraria dentro de uma fila federal para licitação pública e poderíamos ter uma novela acontecendo. Então, em conversa com o DNIT na época, o deputado Marcel junto com o prefeito Jerri fizeram esses adendos dentro das rubricas de manutenção do DNIT, para que pudessem ser feitas essas rótulas – comentou.
O recurso previsto, segundo Ramon, era da ordem de R$ 5 milhões.
– Como esse dinheiro estava na manutenção, o que o DNIT fez? Gastaram com podas, com pinturas, com trocas de tubos... e gastaram esse dinheiro em 2021 e 2022. O prefeito, por duas ocasiões, foi a Brasília tentar buscar esse dinheiro antes da entrada do novo governo. O valor foi novamente direcionado para o DNIT, confirmado que entrou no final do ano passado e iniciou-se novamente o processo dentro do DNIT. Não compete ao município a aplicação desta verba. Com a mobilização regional sobre o ‘trecho da morte’ (pela duplicação da BR-116), nosso receio é que a gente tenha as rótulas aguardando novamente. O prefeito realmente fica muito chateado que a gente tire foto, faça a apresentação, tenha o comprometimento destes órgãos públicos e, infelizmente, o dinheiro acabe sendo destinado para outras atividades e não a atividade fim – explicou o líder de governo.
Espera angustiante
Na parte final da sessão, Sheila voltou à tribuna:
– Me causa chateação e estranhamento que essas informações não chegam à comunidade. Três anos é uma espera angustiante, até porque havia promessas. Hoje trago informações concretas que busquei pessoalmente em Porto Alegre. Reforço que nunca houve recursos de emenda parlamentar, isso eu ouvi do superintendente do DNIT – declarou.
Conforme a vereadora, a construção dos acessos possui caráter provisório.
– O projeto definitivo somente com a duplicação da BR-116 de Estância Velha até Dois Irmãos. Mas este projeto, que inclui um estudo de viabilidade, está em fase inicial de elaboração e implicará num investimento superior a 500 milhões de reais. Nesse sentido, a previsão otimista para o início das obras é de 5 a 6 anos, segundo o superintendente – completou.
Ramon também voltou a se manifestar:
– Muitas vezes as barreiras burocráticas são muito grandes. Ouço do nosso deputado Issur (Koch) que na vida pública é preciso ‘uma usina para ligar uma lâmpada’, um esforço tremendo pra gente poder conquistar obras. Independentemente de partido, a gente precisa buscar informações. Vou falar com a assessoria do deputado Marcel e tirar essa informação a limpo. O fato é que nós precisamos desta obra, de um jeito ou de outro – concluiu.