Documento teve quatro votos contrários, dois favoráveis e uma abstenção
A Câmara de Vereadores de Morro Reuter reprovou, na segunda-feira (13), o projeto de Lei 22/2023, que autoriza o Poder Executivo a realizar a manutenção e a troca de luminárias de iluminação pública instaladas em propriedades particulares e cadastradas no mapeamento da companhia de energia e inseridas no Sistema de Iluminação Pública Municipal.
O documento teve quatro votos contrários, dois favoráveis e uma abstenção. Votaram contra: Eliane de Oliveira Mello (PTB), Lauri Kaefer (PTB), Léo Agostinho Weiler (PTB) e Renaldo Warken (PDT). Votaram a favor: Antenor Xavier Weber (PTB) e Guido Dilkin (PP). O vereador Wanderlei Behling (SD) se absteve. Daniel Theisen (PP) não estava na sessão e o presidente Tiago Kolling Werner (PP) só votaria em caso de empate
Antes da votação, o presidente falou sobre o projeto:
– Temos pareceres distintos, mas para deixar tudo mais claro para nós e para a população, gostaria, se possível, que o vereador Wanderlei, como eletricista da prefeitura, pudesse dizer como se deu essa instalação das luminárias que estão em propriedades particulares. Oficialmente não temos a informação de como elas foram parar lá, mas sabemos que em certas épocas eram feitas coisas que hoje em dia não cabem mais.
Após a votação, Wanderlei Behling, o Pitcha, subiu à tribuna.
– Sempre defendi que, se um cidadão tem direito, todos têm; se um não tem, então ninguém pode ter. Desde que Morro Reuter é município foi assim, inclusive nós fizemos serviços além de divisas durante muitos anos. Essa decisão cabe ao Executivo, de como fazer da melhor maneira possível para não prejudicar o munícipe – comentou.
Léo Agostinho justificou seu voto contrário:
– Ninguém aqui está contra a iluminação pública; queremos que todos tenham iluminação. O que não podemos compactuar é que o povo pague a conta de pessoas que têm áreas de terra particulares. Não podemos condenar o povo a pagar uma conta que não é dele. Sugiro que o Executivo mande outro projeto que fale de iluminação pública e exclua a iluminação particular. Tem gente com áreas particulares em que a luz é só para iluminar a área deles.
Caçamba cobra posicionamento de Pitcha
Lauri Kaefer, o Caçamba, também se manifestou:
– O presidente subiu à tribuna e queria que tu (Wanderlei) viesse explicar, e o senhor não teve coragem, não sei por quê. O senhor deve ter feito essas luminárias naquele tempo das suas eleições, deve ter colocado particular, e trouxe esse problema para esta Câmara. Essa questão de dar o parecer contrário e se abster é de um pessoa que não tem palavra. Lamento por essas pessoas que tem luminárias em seus pátios, particulares, e não está sendo feita mais a manutenção. Muitas pessoas me ligaram dizendo ‘eu quero ver se tu vai aprovar ou não, porque senão eu também quero uma lâmpada no meu pátio’. Então, isso nós não podemos admitir. Tem que ter peito, dizer sim ou não, e não se abster – declarou.
Na parte final, o presidente voltou à tribuna.
– Se essas lâmpadas estão ligadas no sistema público, todo o munícipe de Morro Reuter paga a conta. Não estou querendo criar caso sobre como elas foram colocadas, gostaria apenas de ter mais argumentos e fatos pra gente votar com mais tranquilidade. A população tem que entender que, quando alguns são beneficiados, todos os outros têm que pagar, porque a conta no final é uma só – disse Tiago.