Fonte: Estadão Conteúdo
Uma única pessoa tem R$ 11,2 milhões “esquecidos” disponíveis para saque no Sistema de Valores a Receber (SVR), ferramenta do Banco Central que mostra recursos deixados por clientes em contas bancárias, consórcios ou outras instituições.
Essa é a maior cifra disponível para resgate entre pessoas físicas. Já entre pessoas jurídicas, o valor mais alto disponível é de R$ 30,4 milhões. A maior quantia resgatada até agora foi por uma empresa (pessoa jurídica), que, em março de 2023, sacou R$ 3,3 milhões. Em julho de 2023, ocorreu o maior saque para pessoa física: R$ 2,8 milhões.
Esses valores, “esquecidos” em instituições financeiras, voltaram à tona nos últimos dias após a Câmara dos Deputados ter concluído, na semana passada, a votação do projeto de lei que mantém a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios em 2024, prevendo a reoneração gradual a partir de 2025. O texto prevê que o Tesouro Nacional pode se apropriar de valores esquecidos em instituições financeiras como uma das medidas compensatórias à desoneração.
O valor total de “dinheiro esquecido” chegou a R$ 16,2 bilhões, sendo que R$ 8,56 bilhões ainda não foram sacados. Segundo os dados do BC, 41,8 milhões de beneficiários têm quantias a receber disponíveis em 52,24 milhões de contas. O número de contas é maior do que o de beneficiários pelo fato de uma mesma pessoa ou empresa ter valores diferentes para receber em mais de uma conta.
Apesar de haver cifras altas disponíveis, a maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,6% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,86% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,77% dos clientes. Só 1,77% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Como sacar o valor
No site oficial do Banco Central do Brasil, é possível verificar se há valor a ser sacado e realizar a transação. A instituição alerta para o cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer supostas intermediações para o resgate desses valores. Veja o passo a passo a seguir:
– Acesse o site do SVR e clique em “Consulte valores a receber”;
– Insira os dados e clique em “Consultar”;
– Após a consulta mostrar que há algum valor, clique em “Acessar o SVR” e, se não houver fila de espera, a página será direcionada para o gov.br;
– Por lá, para fazer a consulta, a conta gov.br precisa ser de nível prata ou ouro — para pessoa jurídica, a conta precisa ter o CNPJ vinculado a ela;
– Acesse a opção “Meus valores a receber”;
– Depois de ler e aceitar o Termo de Ciência, o usuário verá na tela o valor a receber, o nome e os dados de contato da instituição que devolverá o valor;
– Clique em “Solicitar por aqui” e selecione uma chave Pix, caso em que a instituição devolverá o valor em até 12 dias úteis, não necessariamente via Pix.
O usuário terá 30 minutos dentro do sistema. Caso não apareça a chave Pix disponível para seleção, é possível criar uma chave em uma instituição bancária e voltar ao sistema para tentar novamente solicitar o valor.
Além disso, o usuário poderá entrar em contato diretamente com a instituição financeira por telefone ou e-mail informados ali para combinar a forma de devolução. Nos casos em que o solicitante entra em contato com a instituição, ela não é obrigada a devolver o valor em até 12 dias úteis.
Para solicitar direto com a instituição, o usuário poderá exibir o comprovante, que tem informações sobre o valor a receber, as solicitações realizadas e o protocolo de solicitação (no caso de solicitação com chave Pix). É possível salvar, imprimir ou compartilhar o comprovante.