Fonte: G1 RS
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul sofreu a maior queda da série histórica e despencou 7% em 2020, afetado pela estiagem e pela pandemia, com todos os principais setores da economia sofrendo resultados negativos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17), pelo Departamento de Economia e Estatística, da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).
A queda superou o resultado do PIB nacional no período, que fechou em -4,1%. Em 2019, o RS havia fechado o ano com 2% de crescimento. No último trimestre do ano, o resultado foi positivo em relação ao trimestre anterior, com crescimento de 2,7% e vários setores demonstrando alta. Na comparação com o último trimestre de 2019, no entanto, houve queda de 2,1%. Para 2021, o estado aposta na recuperação da produção agrícola, principalmente em função do aumento da quantidade produzida de soja. “Por outro lado, a retomada de ações mais restritivas para o combate à pandemia deve impactar negativamente os números já no primeiro trimestre”, destaca o pesquisador do DEE Martinho Lazzari.
Queda na agropecuária
A agropecuária, que em 2019 colaborou para o PIB positivo, teve queda de 29,6% no ano, consequência da seca que atingiu o estado. No Brasil, houve crescimento de 2% na atividade. Junto com o setor de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, foi a atividade econômica mais afetada pela estiagem no ano. “Temos a particularidade da estiagem, o que vai acabar afetando diretamente a agropecuária, mas indiretamente tem efeito em outros setores, porque a cadeia econômica é conectada”, observa o diretor do DEE, Pedro Tonon Zuanazzi.
Entre os segmentos da agropecuária, o plantio de arroz teve variação positiva (8,3%), porém fumo (-22,7%), milho (-26,7%), soja (-38,9%) e trigo (-8%) puxaram o resultado para baixo. A pandemia afetou uma outra parte da economia gaúcha: a da indústria da transformação, o comércio e a construção, segundo o governo. A indústria caiu 5,8%, com desempenho negativo da produção de móveis (-10%), de veículos, reboques e carrocerias (-21,9%) e de couros e calçados (-21,9%). Entre os destaques positivos, estão os produtos de metal (8,8%), a celulosa e papel (5,3%) e os produtos de fumo (8,9%). E o comércio caiu 5,4%, em meio às restrições de circulação e fechamento de estabelecimentos durante a pandemia. Hipermercados e supermercados (5,9%), material de construção (8,4%) e farmácias (4%) estão entre os serviços essenciais e tiveram resultado positivo. Porém, os combustíveis e lubrificantes (-9,4%), os veículos (-20,2%) e o setor de vestuário (-28,8%) puxaram o resultado para baixo.
O PIB do RS fechou com valor corrente de R$ 4,3 bilhões, cerca de 6,4% do PIB brasileiro. O resultado per capita é de R$ 41,44 milhões, com queda real de 7,4% em relação ao ano anterior.