Sérgio Fink (na tribuna) subiu o tom das cobranças
Na sessão de segunda-feira (17), Sérgio Fink (PDT) fez duras críticas aos gastos da atual administração. Segundo o vereador, de 2013 a junho de 2020, a prefeitura de Dois Irmãos gastou R$ 9,4 milhões em cargos de confiança, R$ 7 milhões em horas extras e R$ 3,3 milhões em funções gratificadas. “O total chega a R$ 19,8 milhões, o que dá aproximadamente R$ 5,7 milhões por ano. Se reduzir em 50%, teríamos R$ 10 milhões para resolver o problema da mobilidade urbana, da ponte do Vila Rosa. Como um município com uma receita absurda não consegue resolver esse gargalo?”, questionou, citando ainda obras e serviços executados à noite e em finais de semana em ano de eleição. “Quero ver as horas extras desses dois meses: no mínimo, é abuso de poder político, usar da máquina pública para o favorecimento de candidaturas”, concluiu.
Eliane Becker (PP) rebateu e alfinetou o colega. “Sempre teve cargos de confiança, mas eu não sou a favor e nunca indiquei ninguém. Tem vereador que indicou muitas pessoas”, comentou. Elony Nyland (MDB) seguiu no embalo. “Sempre tivemos administrações muito eficientes, com os pés no chão e sem criar falsas expectativas. Não dá para vir aqui na tribuna e fazer discurso milagreiro. Até pouco tempo atrás, defendia o governo com unhas e dentes. Estranho que o ponteiro dele girou 360º”, observou. “Falou em tirar 50% dos cargos de confiança, mas ele indicou diversos que ainda estão lá. O discurso é uma coisa e a prática é outra. Tirar 50% é impossível”, acrescentou o líder de governo.
Paulo Fritzen (PSD) lembrou que desde o início do mandato cobra redução de custos na máquina pública. “Sempre disse que Dois Irmãos tinha que economizar, e agora o vereador me dá razão. Tem que enxugar por todos os lados; é muita gente para pouco serviço”, apontou.
PURA PIMENTA
No espaço de líder, a discussão prosseguiu. “Não falei especificamente dos cargos de confiança; falei em redução de valores, incluindo horas extras e funções gratificadas”, afirmou Sérgio. “Quando indiquei, nem filiação partidária eu tinha. Se hoje continuam lá, mesmo eu sendo oposição, é porque são bons”, disparou Sérgio.
Em seguida, ele justificou sua mudança de postura. “Tenho direito de mudar de ideia, de opinião e de partido, mas não mudo minhas convicções, que são baseadas nos princípios éticos da moralidade e da honestidade. Eu não concordava com o que estava acontecendo na prefeitura e queria resolver o assunto internamente, mas fui ameaçado por um secretário. Teve até um áudio da prefeita dizendo que eu não tinha provas, mas foram realizadas três perícias e todas confirmaram irregularidades no asfalto”, comentou Sérgio, referindo-se à CPI das obras de asfaltamento. “No momento em que uma administração pública da qual faço parte estiver fazendo rolo, eu estou fora”, completou.
Elony também voltou à tribuna. “Quando diz que estão fazendo rolo, tem que ter provas. Se houve problema no asfalto, já está sendo analisado pela comissão”.
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Camas hospitalares
Paulo Fritzen (PSD) voltou a cobrar mais investimento na saúde pública, principalmente no auxílio a moradores que têm familiares acamados em casa. “Deveriam pegar esse dinheiro (R$ 52 mil do projeto para ações do Sebrae) e fazer um projeto para comprar camas hospitalares. Só hoje (segunda-feira), duas pessoas me ligaram precisando de cama hospitalar. A saúde é a maior dificuldade que temos no município”, afirmou.
Elony Nyland (MDB) reconheceu a necessidade de investimento em camas hospitalares para ajudar moradores que não têm condições de comprar. “Eu conversei com o secretário Afonso (Bastian, da Saúde), e ele disse que algumas estão sendo licitadas”, comentou.
Defesa do Legislativo
Sérgio Fink (PDT) saiu em defesa do Poder Legislativo, que em ano de eleição vira alvo de muitas críticas. “No período pré-eleitoral tem muitos ânimos alterados nas redes sociais, principalmente de pré-candidatos a vereador. Duvido que tenha uma Câmara no RS, talvez até no Brasil, que trouxe tantos recursos de emendas parlamentares. Foram mais R$ 3 milhões em emendas de todos os partidos. Aqui não tem projetos que ficam parados. Independente dos embates, essa Câmara trabalha muito”, declarou.
Cestas básicas
Joracir Filipin (PT) cobrou mais atenção às pessoas que perderam seus empregos durante a pandemia e enfrentam dificuldade inclusive de alimentação. Ele criticou a prefeitura, dizendo que o município gastou R$ 41 mil em cestas básicas nos últimos meses e R$ 17 mil para contratar segurança para a Assistência Social.
Testes de Covid-19
Paulinho Gehrke (PP) encaminhou a Indicação 023/2020, solicitando que a prefeitura realize testes nos membros que moram na mesma residência quando alguém testar positivo para Covid-19. “Os casos seguem aumentando no município, sendo muitos assintomáticos e, por sua vez, desconhecidos. Desta forma, com o intuito de prevenção e evitar a transmissão por pessoas assintomáticas, solicita-se que sejam realizados testes nos membros que moram na mesma residência do indivíduo infectado”, justificou o vereador.