Base governista e oposição travam embate na Câmara de Vereadores

20/10/2023
(Foto: Divulgação / Câmara)

(Foto: Divulgação / Câmara)

Na semana passada, a vereadora Sheila da Silva (PT) fez cobranças sobre a construção do acesso aos bairros Portal da Serra e Bela Vista, que ainda não saiu do papel. Ela contou que esteve no DNIT, em Porto Alegre, e que ouviu da superintendência do órgão que “nunca teve recurso previsto de emenda parlamentar para a obra”.

Na sessão de segunda-feira (16), Ramon Arnold (PP) reproduziu o vídeo do anúncio da obra, inclusive com manifestação do superintendente do DNIT, Hiratan Pinheiro da Silva, e mostrou imagem do Portal da Transparência da prefeitura.

– Temos aqui a comprovação dos repasses das verbas por parte do deputado Marcel van Hattem. Houve, de fato, uma drenagem de valores por motivos alheios a vontade do município e do deputado. Agora, tenho a informação da assessoria do Marcel de que em torno de 20 a 30 dias teremos o início das obras dentro do bairro Bela Vista. Mas esta é uma informação complicada de assegurar, pois, conforme a gente já viu, a obra era para começar em 2021, depois ficou para 2022 e agora temos esta sinalização – afirmou o líder de governo.

A petista Sheila disse que apenas buscou informações que a população tinha o direito de saber.

– Me causa estranhamento que o valor foi empenhado há tempos e que a obra ainda não foi executada. Até peço que sejam enviados os comprovantes de pagamento relativos a essa obra, para que a gente possa de verdade olhar o que está acontecendo – comentou.

O governista Elony Nyland (MDB) criticou a colega:

– Teve uma vereadora que quis enganar o povo de Dois Irmãos, (dizendo) que agora que o PT está no governo as obras vão sair... Uma grande mentira!

 

NOVA POLÊMICA

 

O clima também esquentou por conta de uma moção apresentada por Sheila. O documento 13/2023 apela ao Poder Executivo para que seja diminuído o número de cargos de confiança (CCs). Ela lembrou que na última semana ajudou a aprovar a moção de apelo à Assembleia Legislativa e ao Congresso para que seja diminuído pela metade o número de assessores de cada deputado e senador.

– Essa moção dialoga muito com a moção que aprovamos e está na nossa condição de poder. O número de CCs da prefeitura quase que dobrou nos últimos 10 anos, mesmo que o número de habitantes não tenha dobrado, tão pouco a arrecadação. Esses mais de 50 CCs talvez não se justifiquem, se a gente está falando em redução de gastos. Funcionários da própria garagem dizem que tem CC sobrando, tomando cafezinho lá... Tem ex-vereador, tem ex-prefeito, todos seguem na folha de pagamento da prefeitura, e há muito tempo. Falam tanto em responsabilidade fiscal, então seria importante aliar o discurso com a prática – disse Sheila.

O presidente Ederson Bueno (MDB) não gostou e rebateu:

– Tenho a informação de que são 40 e poucos (CCs), mas a senhora, como propositora, deve ter as informações. Também citaste que nos últimos 10 anos praticamente dobrou o número de CCs, e gostaria de saber qual foi o período avaliado. A gente sabe que, no final do período do Miguel (Schwengber, ex-prefeito), muitos CCs foram demitidos numa tentativa desesperada de fechar as contas porque não se tinha mais dinheiro para pagar médico, professor. Os contratos eram feitos de 15 dias porque não conseguiam fazer contratos mais longos, tanto que a administração que assumiu teve que arcar com as dívidas da anterior.

Elony também foi incisivo:

– Querer dizer que tem 50 e poucos CCs é mais uma mentira, mais uma fake news. E não são nem 40; são 30 e lá vai pedrada – e tem alguns FGs (função gratificada) aí junto. Mas esses CCs de hoje estão quase de bom tamanho; poderia até ter mais – afirmou ele, citando o pedido por mais servidores no Departamento de Trânsito.

Ramon declarou que cargo de confiança trabalha muito, “muitas vezes em final de semana”.

– Hoje, 50% do quadro de cargos de confiança são cargos técnicos, sem filiação partidária. Cargo de confiança tem livre nomeação e livre exoneração. Se não me engano, o número está em 43, proporcionalmente assertivo e até abaixo de outros municípios da mesma categoria – comentou o líder de governo.

Na parte final da sessão, Sheila voltou à tribuna:

– Não estou querendo fazer um cavalo de batalha, só estou querendo ser coerente. Essa moção é da mesma natureza da anterior, com a diferença de que aqui nós temos a caneta na mão, aqui nós podemos fazer alguma coisa – afirmou.

Elony também se manifestou novamente:

– Cada um fala o que quer. Penso que a vereadora Sheila usa de muita demagogia, desinforma quando deveria informar – rebateu.

Darlei Kaufmann (PSB) lamentou a guerra de moções.

– Penso que as moções viraram jogo de ideologia, e isso não é bom para o nosso Legislativo.

Por fim, Ederson mais uma vez criticou a postura da vereadora:

– A gente tem que levantar os números, mas também de forma clara parece que há uma distorção de informações. A meu ver, a sua atuação tem sido um pouco mentirosa e manipuladora – concluiu ele, fazendo menção ainda à polêmica votação da Proposta de Emenda à Lei Orgânica e ao caso das emendas para obras na BR-116.


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