Fonte: Receitas / Foto: Pixabay
Açúcar cristal, açúcar orgânico, açúcar refinado e até light. Existem diversos tipos de açúcar para adoçar aquele cafezinho do dia a dia e certamente você já se perguntou: quais as diferenças entre tantos tipos de açúcar?
O Receitas conversou com a nutricionista Luiza Sobroza, que explicou que o grau de processamento de cada tipo de açúcar é a principal diferença de um para o outro: “Enquanto os açúcares mais claros, como o refinado e o cristal, são mais processados para que fiquem com o aspecto clarinho, os mais escuros, como o mascavo e o demerara, passam por menos etapas de processamento. Essas etapas de processamento a menos fazem com que os nutrientes originais, como o cálcio, magnésio e potássio, no caso de açúcar de cana, sejam preservados, tornando-os mais ricos nutricionalmente do que os refinados.”
Então, quanto mais refinado o açúcar, mais prejudicial para a saúde? Não exatamente. Segundo a especialista em nutrição, devemos prestar atenção na quantidade de açúcar que ingerimos. “Quando o açúcar é menos refinado, ele tem mais nutrientes, o que é bom. Mas mesmo os açúcares considerados mais saudáveis não devem ser consumidos sem cautela. O perigo está mais na quantidade do açúcar que na qualidade”, explica.
Qual a quantidade de açúcar que podemos consumir por dia?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite de açúcar por dia é de 10% das calorias diárias. Considerando uma dieta de 2000 calorias, a quantidade máxima de açúcar seria de 50 gramas por dia (10 colheres de chá aproximadamente).
Contudo, a nutricionista aconselha que o ideal é, cada vez mais, acostumar nosso paladar com o sabor natural dos alimentos. Não sabe como fazer isso? Adotando estratégias simples. “Usamos algumas estratégias como reduzir aos poucos a quantidade de açúcar até conseguir não adoçar, escolher açúcares menos refinados, rapadura ou mel para garantir mais nutrientes em vez de usar o açúcar refinado. Utilizar frutas ou frutas secas para adoçar receitas. A banana bem madura pode ajudar a adoçar o bolo. Bater uma maçã junto com a limonada ajuda a suavizar o sabor do limão. E na internet diversas receitas ensinam como substituir o açúcar por tâmaras ou uvas secas”, aconselha Luiza Sobroza.
Açúcar light é uma boa opção?
É comum também encontrar nos supermercados açúcar light. Mas será que ele é uma opção melhor que os açúcares comuns? De acordo com a especialista em nutrição, vale ficar em alerta para que não seja ingerido compulsivamente, levando aos excessos. “O açúcar light acaba caindo na mesma armadilha dos adoçantes. Por gerar menos ‘culpa’ pode levar a pessoa a comer quantidades bem maiores do doce. Além de continuar fugindo do objetivo de sentir os sabores naturais, ou, então, de comer o alimento doce de forma consciente.”
Os adoçantes e as recomendações da OMS
Você usa adoçante no seu dia a dia? Pois saiba que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou recentemente uma norma que desaconselha o uso dos adoçantes para perda de peso. Luiza Sobroza diz que, além disso, os estudos da OMS sugerem que o uso contínuo desses adoçantes aumentaria o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos - os mesmos riscos já conhecidos do excesso de açúcar na alimentação.
Aspartame, ciclamatos, sacarinas, sucralose e stevia, entre outros são alguns tipos de adoçante mais comuns e não recomendados pela OMS. Diante disso, qual opção de adoçante sobra? O xilitol e o eritritol. “Eles são opções mais naturais que os adoçantes artificiais, pois são extraídos de plantas, frutas e etc. Mas isso não significa que o xilitol e o eritritol podem ser consumidos indiscriminadamente. Principalmente por não resolver de verdade o problema. Quando nos libertamos da ‘culpa’ de comer um doce, pois ele é feito com adoçante em vez de açúcar, a tendência é comer muito mais. E além disso, o nosso paladar segue adaptado com alimentos superdoces, em vez de buscar o caminho mais saudável de se acostumar com os sabores naturais dos alimentos.”
Qual a quantidade de adoçante que podemos consumir por dia?
A recomendação varia de adoçante para adoçante, além de ser feita baseada no peso de quem consome, segundo Luiza. O limite de consumo da sucralose, por exemplo, é de 15 mg a cada kg de peso. “Isso significa que uma pessoa de 60 kg pode consumir 900 mg de sucralose por dia, o que equivale a 1080 gotas. Essa é a dosagem reconhecida como limite, não necessariamente saudável, como consta na nova recomendação da OMS”, finaliza a nutricionista.