(Foto: Divulgação / Câmara)
O caso envolvendo um policial militar de Dois Irmãos acusado de agressão repercutiu na sessão desta terça-feira (21), na Câmara de Vereadores. O fato aconteceu em setembro do ano passado, durante abordagem a um jovem que trabalhava como motoboy. O vídeo ganhou as redes sociais e também foi noticiado em programas de televisão. Familiares e amigos do rapaz realizaram dois protestos na última semana cobrando o afastamento do policial.
Paulino Renz (PDT) foi o primeiro a se manifestar na tribuna.
– É um brigadiano que pode manchar a nossa Brigada Militar. O prefeito (Jerri Meneghetti) tem um compromisso muito grande com o nosso povo, então deixo meu apelo a ele: essa bronca também é para nós, mas é maior para ele, pois ele é autoridade máxima do município – comentou.
Celina Christovão (MDB) também lamentou o episódio:
– Estive conversando com o Jerri sobre isso, e ele deve ter uma conversa com o comandante. Isso não pode ficar assim. Nem com bicho se faz isso, muito menos com um ser humano.
Para Darlei Kaufmann (PSB), a abordagem foi infeliz e desproporcional.
– A gente precisa se colocar no lugar deste pai e perguntar o que faríamos no lugar dele, o que faríamos se víssemos nosso filho voltando do trabalho e apanhando, sendo chutado e depois, no depoimento da abordagem, ter que ler que os ferimentos foram causados pela queda da moto. Depoimento este vindo de um agente da lei, que fez o juramento de cumprir a lei e que não pode se achar acima dela. A sociedade exige uma resposta. A instituição não pode ficar manchada por causa do comportamento de uma pessoa. O afastamento precisa ser imediato; as imagens são muito claras – afirmou.
Elony Nyland (MDB) corroborou:
– Realmente foi muito infeliz o soldado. Nós, dois-irmonenses, não aceitamos a violência. As imagens foram muito claras. Nossa Brigada sempre foi muito eficiente, uma corporação que trabalha muito, e um episódio isolado não pode manchar a nossa corporação. Por isso que nós pedimos que o comandante Elton (Dhein), e principalmente o comandante regional, tomem as atitudes necessárias. Vimos que já fizeram os encaminhamentos, mas que eles agilizem esse processo para que os nossos munícipes não se sintam prejudicados.
Fato inadmissível e lamentável
Ederson Bueno (MDB) classificou o fato como inadmissível.
– Isso acaba repercutindo muito mal e é inadmissível que a gente tenha pessoas dentro da Brigada Militar, que deveriam estar pregando justiça, tendo esse tipo de comportamento. A gente falou aqui que a Brigada tem uma atuação muito boa, que esse foi um caso pontual, mas talvez não seja tão pontual assim. Dessa vez a gente tem as imagens, mas eu ouvi falar de relatos, e muitas coisas vieram à tona depois deste evento, de que isso era uma coisa corriqueira, que já havia acontecido mais vezes. Então, é importante que a gente cobre para que as providências sejam tomadas – declarou.
Para Nilton Tavares (PP), o que ocorreu foi lamentável.
– Acredito que esses fatos geraram toda essa comoção por parte da família e da comunidade por uma palavra chamada impunidade, pela sensação de impunidade. Esse servidor envolvido foi meu subordinado, quando fui comandante aqui por seis anos, e naquele período nunca apresentou esse tipo de comportamento. Pelo contrário, demonstrou vários bons serviços à instituição. Diante deste fato lamentável, é importante destacar: o fato já foi apurado com inquérito policial militar devidamente instaurado pelo comandante do 32º BPM para investigar a conduta da guarnição; houve o indiciamento de um servidor, com indícios de crime e transgressão da disciplina, sendo já responsabilizado administrativamente pelo comando da unidade e, na esfera penal, a questão segue outro rito, através da Justiça Militar do Estado – destacou.
Tavares disse que conversou sobre o assunto com o major Pedro Alexander Beron da Cunha, comandante do 32º Batalhão de Polícia Militar (32º BPM) de Sapiranga.
– Ele informou que essa ocorrência vai ser motivo de instrução nos treinamentos continuados e aprimoramento nas abordagens do efetivo da unidade. Como ex-comandante da BM local, posso afirmar que essa situação é atípica, um fato isolado que não macula todo um histórico de bons serviços prestados pela corporação à comunidade dois-irmonense. Não passo panos quentes, de dizer que possa ser um fato isolado por esse servidor – talvez tenham acontecido outros que não foram investigados; mas quero dizer que como grande fato negativo ele é exceção – acrescentou.