Delegacia de Dois Irmãos divulga números de 2022 com recorde de prisões

22/12/2022
Foram 36 até esta quarta-feira, dia 21 de dezembro; Polícia também recebeu 23 denúncias de crimes sexuais

Foram 36 até esta quarta-feira, dia 21 de dezembro; Polícia também recebeu 23 denúncias de crimes sexuais

Dados divulgados pela Polícia Civil apontam que a Delegacia de Dois Irmãos atendeu a 3.200 registros de ocorrência entre 1º de janeiro e 21 de dezembro de 2022. Os números foram compartilhados pelo delegado Felipe Borba, titular da delegacia local, nesta quarta-feira (21).

A divulgação também serve como ferramenta para que a comunidade conheça um pouco mais sobre o trabalho da Polícia Civil, e o que de fato cabe a ela quando se fala em segurança pública. “Nosso trabalho é precipuamente de investigação criminal, ou seja, entramos em cena a partir da ocorrência de um crime, com a finalidade de apurar a autoria e demonstrar, com provas, o que de fato aconteceu. Para isso, promovemos diligências, encaminhamos pedidos ao Poder Judiciário, solicitamos perícias, dentre outras atividades”, explica.

A DP local já registrou 3.200 ocorrências este ano, porém grande parte se trata de perda de documento, acidente de trânsito sem lesões e questões cíveis, e não a crimes. A equipe também finalizou e encaminhou 800 procedimentos (inquéritos policiais, termos circunstanciados e procedimentos de adolescente infrator) ao Poder Judiciário. Destes 800 procedimentos, 80% foram remetidos com a elucidação do caso, ou seja, com o indiciamento dos autores, ou, eventualmente, com o esclarecimento de que o crime, na verdade, não ficou caracterizado. “Temos um alto índice de esclarecimento, graças ao empenho dos policiais”, reforça o delegado Borba.

Do total de procedimentos, em cerca de 100 houve a mediação de conflitos, técnica em que as partes procuram solucionar a questão por meio de acordos. “Continuamos entre as dez Delegacias do Estado que mais executam mediações, e temos muita satisfação de conseguir resolver os crimes menos graves dessa forma, em que os próprios interessados constroem a resolução do conflito que está por trás do delito”, completa o delegado.

 

36 prisões

Um dos dados divulgados pela polícia e que chama a atenção é o número de prisões efetuadas até aqui. Foram 36 em 2022, contra 29 em 2021.

Segundo o delegado, doze são prisões referentes a crimes patrimoniais (furto de bicicletas e furto de materiais em obras foram os mais comuns), dez envolvendo tráfico de drogas, cinco sobre violência doméstica contra mulher, cinco atinentes a crimes sexuais e quatro capturas de foragidos. “Temos muito orgulho de ter alcançado um número tão expressivo, pois é fruto de trabalho de investigação, significando que concluímos importantes inquéritos policiais. Além disso, os números revelam que prosseguimos enfatizando três frentes: crimes contra o patrimônio, tráfico de drogas e violência contra as mulheres”, ressalta.

 

Crimes sexuais

A delegacia local recebeu 23 denúncias de crimes sexuais em 2022. Geralmente, os casos chegam ao conhecimento da polícia através da denúncia de familiares. “Certamente o número é bem maior, pois as vítimas costumam silenciar. Infelizmente temos casos em que as próprias mães não acreditam no relato das vítimas”, lamenta o delegado Borba, informando que a maioria das vítimas são crianças ou adolescentes, principalmente meninas, com média de 11 anos de idade. Em pelo menos três casos, o acusado foi o próprio pai da vítima. Nos demais, foram pessoas próximas, que coabitam ou com laços familiares.

Conforme o delegado Borba, ocorreram nove registros por estupro de vulnerável, e cinco culminaram em prisão. “Desde 2009, se considera estupro não somente a conjunção carnal, mas a prática de qualquer ato libidinoso, sendo este compreendido como qualquer ato tendente a satisfação da lascívia, ou seja, em que o autor do ato busque prazer sexual”, esclarece o delegado, comentando que os demais casos se configuram, às vezes, como perturbação sexual, que é quando não se concretizam atos libidinosos. “Como depende da percepção da vítima, e nesses casos procuramos não aprofundar muito para evitar constrangimentos, deixando até para o IGP a avaliação psíquica, fica difícil precisar, mas observamos que a prática de atos libidinosos vai evoluindo até que, em determinado ponto, acaba gerando alteração de comportamento e, então, alguém próximo percebe e a vítima acaba reconhecendo a natureza dos atos”, completa.

Segundo o delegado Borba, os acusados costumam negar os fatos, porém uma série de subsídios permite que a polícia peça a prisão do indivíduo. “Além de demonstrarmos os indícios de autoria e prova da materialidade, temos que deixar claro que a liberdade do suspeito configura risco à ordem pública ou risco para a investigação. A probabilidade de reiteração dos atos ou a possibilidade de constrangimento a testemunhas ou vítimas costumam ser os principais argumentos”, diz ele, se referindo à solicitação de prisão ao Poder Judiciário.

 

Estelionatos

Até esta quarta, foram registrados 281 casos de estelionato (golpes). Conforme o delegado Borba, os mais comuns são aqueles em que o golpista se passa por um familiar da vítima e pede dinheiro, e o golpe dos nudes.

Sobre isso, o delegado Borba comenta que a dinâmica atual da vida em sociedade, com a utilização de recursos eletrônicos, tem fomentado este tipo de crime. “Como sempre, o criminoso vai buscar a forma mais confortável e menos arriscada para obter um ganho, e nada mais simples do que enganar alguém através do uso de um telefone celular, sem exposição e com uso de contas bancárias abertas com documentos falsos”. Conforme o delegado, o maior valor perdido em um golpe este ano foi R$ 80 mil.

 

Demais ocorrências

A delegacia local também atendeu a ocorrências de ameaça (213), furtos (210), lesão corporal (96), lesão culposa no trânsito (91), perturbação do sossego (78), crimes contra a honra (65), vias de fato (38), posse de droga para uso (34) e tráfico de drogas (12).

 

Delegado agradece apoio da comunidade e órgãos públicos

“Gostaria de agradecer a parceria das instituições com quem trabalhamos, Ministério Público, Poder Judiciário, Brigada Militar e órgãos da Prefeitura Municipal, além do apoio recebido da comunidade, com informações e denúncias, que são essenciais para o nosso bom desempenho. E, como de costume, registrar a diferença que faz o suporte que recebemos do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), garantindo não somente a manutenção do serviço, mas promovendo melhorias constantes e que beneficiam aos policiais e aos cidadãos. Obrigado”.


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