(Foto: Divulgação / Câmara)
A manifestação do grupo de empresários e a situação de bandeira vermelha repercutiram entre os vereadores na sessão desta segunda-feira (22).
Sérgio Fink (PDT) cobrou uma ação contundente da prefeita Tânia da Silva. “Estamos vivendo uma ditadura imposta por governadores e, de certa forma, pelo judiciário. O comércio está fazendo a sua parte, mas e o município? O que efetivamente o município está fazendo para contornar tudo isso? Dinheiro não falta”, disse ele, lembrando os repasses do governo federal e os gastos recentes com aditivos em obras. O pedetista também entende que a prefeitura deve auxiliar, de fato, os micro e pequenos empreendedores. “Ivoti, que tem um orçamento em torno de R$ 85 milhões, vai oferecer R$ 2 milhões para as empresas se manterem em pé. E o nosso município, com um orçamento de R$ 115 milhões, vai repassar R$ 120 mil”, comparou. “É situação muito cruel. Quem fechar, não volta mais”, completou.
Por fim, Sérgio afirmou que falta coragem aos gestores do município. “Por que houve mudança (de bandeira) em algumas cidades? Porque os prefeitos tiveram coragem de enfrentá-lo! No momento em que foi eleito, o prefeito precisa estar preparado para tomar decisões, tem que estar preocupado com o CPF de quem produz a riqueza no município”, concluiu.
Jogo político
Para Paulo Fritzen (PSD), tem muito jogo político envolvido na questão da Covid-19 no país. “Existe a doença, sim, mas por que fechar novamente? Porque existem muitas pessoas querendo faturar, e não é o comércio: são os políticos. Isso é para alavancar ‘a economia política’ e destruir com o país e com a nossa sociedade”, disse ele, reclamando por que até hoje a prefeita não convidou os vereadores para uma reunião sobre o assunto. “Dois Irmãos não tem praticamente nada (de doentes). O povo precisa trabalhar. Precisamos nos unir e dizer que vamos trabalhar. Está na hora do povo acordar. Se é para quebrar o pau, nós vamos quebrar o pau. Não tem mais o que fazer”, declarou o vereador.
Fritzen também cobrou mais atitude da administração municipal. “A prefeita não se mexe para nada. Muitos empresários me ligaram dizendo: ‘Não deixa fechar porque eu pago mais de R$ 5 mil de aluguel por mês. Não posso fechar porque vou quebrar’. O governador não manda em Dois Irmãos. Vamos parar com essa palhaçada. Vamos deixar aberto, não vamos fechar”.
Situação diz que a culpa é do governador
Elony Nyland (MDB) criticou a postura do Governo do Estado. “Lamentável o que está acontecendo, não por culpa da prefeita, não por culpa do presidente, mas por culpa do governador, que está querendo legislar no município. A única morte que tivemos foi de uma senhora do Travessão que nem foi infectada aqui, mas em Novo Hamburgo”, comentou. Para o emedebista, os comerciantes devem manter seus estabelecimentos funcionando. “Não fechem as portas, fiquem abertos, mesmo contrariando a Promotoria Pública. A justiça também tem que ser flexível. O município tem que ficar fora desta jogada de fechar as portas dos comerciantes”, disse ele. “Também penso que tem muito jogo político e sujo por trás desta Covid. O governador está sendo covarde com a população do Estado. Com todo o regramento, por que o comerciante não pode trabalhar? Temos que pensar no comércio que gera impostos e que já têm uma vida dura”, concluiu.
Paulinho Quadri (MDB) também criticou o governador. “A coisa está muito difícil. Esse pessoal não sabe o sofrimento que é para uma loja ter que trabalhar 10 dias só para pagar o aluguel. Governador, retroceda! Você vai nos liquidar. Depois, o que vai acontecer? Falta de comida, falta de dinheiro, não conseguiremos pagar luz e água”, afirmou.
Projeto mais amplo
Joracir Filipin (PT) afirmou que é preciso um projeto mais amplo, de futuro. “Temos que pensar em uma ação em conjunto, não apenas para a época de crise, mas um programa de desenvolvimento econômico, em que possamos dizer ao nosso pequeno empresário e comerciante que, se tiver uma crise, ele vai ter respaldo do poder público. O comércio e as pequenas empresas estão fazendo a sua parte”, declarou.
Filipin também chamou atenção para os cuidados na área da saúde. “O que me preocupa é que uma parte está fazendo a coisa correta, mas tem pessoas que não acreditam no vírus, que andam sem máscara e em grandes aglomerações. Temos que nos prevenir, e o município tem uma grande oportunidade de ajudar com mais fiscalização, principalmente onde há grandes aglomerações e as pessoas não estão usando máscara”, disse o presidente.