Loehder com a esposa Daiana e o filho Lorenzo
Diagnosticado com Covid-19 no final do mês de agosto, o soldado da Brigada Militar Gelson Loehder, de 42 anos, ficou internado durante 12 dias. Isolado em um quarto do Hospital da Brigada Militar, em Porto Alegre, via a esposa Daiana e o filho Lorenzo, de 9 anos, pela janela do 3º andar. Foi dali que tirou forças para enfrentar um vírus que já acometeu mais de 7 milhões de pessoas no Brasil.
O militar retornou ao trabalho no início do mês de novembro. Recuperado, ele compartilhou o que passou ao longo dos últimos meses e reforçou que todo o cuidado é pouco. “Apesar de todos os cuidados, ainda parece insuficiente”, diz ele, chamando atenção para o uso de máscara e álcool gel, cuidados básicos no enfrentamento ao vírus.
A desconfiança de que havia contraído a Covid-19 surgiu após a esposa apresentar sintomas. Ela também testou positivo, mas pôde realizar o tratamento em casa. “Não estava me sentindo bem e também fiz o teste. Deu positivo. Sentia um mal estar”, conta Loehder, que iniciou o tratamento em casa, porém, já no segundo dia, a situação se agravou. “Tive febre e na mesma semana comecei a sentir falta de ar. Estava sentado, mas parecia que estava correndo”, lembra ele, que foi internado no dia 7 de setembro.
Sob os cuidados do Hospital da Brigada Militar, o estado de saúde do soldado não melhorava. Cogitaram, inclusive, a transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isso só não ocorreu graças a doação de plasma convalescente. “Eu não tinha noção da gravidade do meu caso. Tive 70% do pulmão comprometido”, conta Loehder, que após a alta, no dia 18 de setembro, permaneceu mais dez dias em casa, sob os cuidados amorosos da esposa e do filho. Segundo ele, após o período de internação, uma tomografia apontou que ele seguia com 50% do pulmão comprometido, o que ainda exige sessões de fisioterapia respiratória.
Depois de quase duas semanas hospitalizado, o momento mais emocionante foi o reencontro com a família, na saída da casa de saúde. “Me emocionei muito ao ver minha esposa e meu filho me esperando na porta do hospital”, diz ele, destacando que o apoio da família e dos amigos, somado à força de vontade e pensamento positivo, foi fundamental para a sua recuperação. “Quando estamos em uma situação como esta, passa um filme de toda a tua vida; o que tu fez, o que tu deixou de fazer. Quando estamos em uma cama de hospital, percebemos que bens materiais não são nada”, completa o soldado, ressaltando a importância dos momentos em família.
Doação de plasma convalescente
De acordo com informações compartilhadas pelo Hemocentro do Hospital Regina, em Novo Hamburgo, o plasma convalescente é a parte líquida do sangue e poderá ser coletada de pessoas recuperadas da Covid-19 para ser aplicado em pacientes que tenham um quadro grave da doença. Para doar, é preciso estar sem sintomas há pelo menos 15 dias.
A doação pode ser feita no Banco de Sangue do Hospital Regina. O agendamento de horário deve ser realizado pelo telefone (51) 3581-5241.