Um Dia do Colono sem festa, mas não menos importante

24/07/2020
(Foto: Octacílio Freitas Dias)

(Foto: Octacílio Freitas Dias)

O ano atípico por conta da Covid-19 não terá a tradicional Festa do Colono. Em 2020, a comemoração seria na localidade de Walachai, em Morro Reuter, e para que a preparação da comunidade não seja em vão, a edição de 2021 já está confirmada no mesmo local. 
Mas o Dia do Colono, celebrado neste sábado, 25 de julho, não passará em branco. O Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Dois Irmãos e Morro Reuter prepara um ato simbólico para marcar a data. “Teremos carro de som rodando pelo Centro e pelo interior de Morro Reuter com uma mensagem destacando a importância do agricultor na vida de todos. Em Dois Irmãos, quem passar pela sede do sindicato receberá uma pequena lembrança”, conta o presidente Pedro Joãozinho Becker. Questionado se há o que comemorar meio ao período vivido no mundo, ele não titubeia: “Sempre temos o que comemorar, pois o agro está no dia a dia de todos através da alimentação. É um dia para relembrar a importância do agricultor no contexto da humanidade”.
Apesar do coronavírus, o grande problema para os agricultores foi a falta de chuvas que atingiu o Rio Grande do Sul entre o final de 2019 e os primeiros meses de 2020. “A pandemia em si não representou perda comercial. A estiagem foi o maior agravante. Calcula-se um prejuízo de R$ 20 mil por família em Dois Irmãos e de R$ 15 mil por família em Morro Reuter, valores que deixarão de circular na economia por conta da seca”, explica Pedro Joãozinho. Atualmente, são 150 famílias vivendo da agricultura em Dois Irmãos e 350, em Morro Reuter.


Pior seca dos últimos 30 anos
A seca deste ano é considerada uma das piores em décadas. “Nossa região sempre foi privilegiada; mesmo em períodos difíceis, chovia alguma coisa. Desta vez, no entanto, açudes secaram, chegaram a um nível muito baixo. Não lembro passar por situação parecida nos últimos 30 anos. A estiagem não deu condições para o nosso agricultor produzir”, comenta o presidente do sindicato. Nos últimos meses, a situação melhorou, e a expectativa é que as chuvas se mantenham dentro da normalidade, pois em agosto começam os preparativos para a safra 2021, principalmente nas lavouras de milho, feijão e aipim.


Apostando na tecnologia
Em relação à pandemia, Pedro Joãozinho destaca que a principal mudança foi na forma de comercialização dos produtos. “Nosso agricultor também tem se adaptado à tecnologia, fazendo negócios via WhatsApp, com entrega direta de produtos ou com o consumidor urbano comprando diretamente na propriedade. Todos tiveram que se reinventar para colocar seu produto à disposição, ninguém se acomodou. Essa tem sido a grande lição deste momento”, observa o presidente.


Auxílio para os agricultores
A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana o Projeto de Lei 735/20, que estabelece medidas para ajudar agricultores familiares. Uma delas é um auxílio de R$ 3 mil por meio de cinco parcelas de R$ 600. A matéria agora será analisada pelo Senado e, se aprovada, ainda dependerá da sanção presidencial. “É algo importante para amenizar os prejuízos do pequeno agricultor, principalmente por conta da estiagem”, diz Pedro Joãozinho.


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