Fonte: Secretaria Estadual da Saúde
Diante do avanço da BQ.1, a Secretaria da Saúde prepara nota técnica pedindo à população que reforce os cuidados contra a Covid, como o uso de máscaras em locais fechados, principalmente entre a população mais vulnerável, e o isolamento por sete dias das pessoas com diagnóstico confirmado. Também será reforçada a recomendação para que as pessoas com a vacinação atrasada procurem se imunizar.
De acordo com a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, a subvariante da ômicron já corresponde a 70% dos casos de Covid nas amostras sequenciadas pelo Cevs no Rio Grande do Sul este mês. A BQ.1 têm mostrado maior capacidade de transmissão, levando a um aumento do número de diagnósticos positivos de covid nos testes, que passaram de 7% no começo de outubro para 24% no começo de novembro. A elevação acompanha o número de casos, que subiu 247% em três semanas. Os dados, apresentados por Ranieri nesta quarta-feira (23) na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), ressaltam a necessidade da população completar o esquema vacinal. Estudos apontam a redução da proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid depois de quatro meses da aplicação, principalmente na população acima dos 60 anos.
Esta faixa etária representa a maior proporção de internações por covid entre agosto e novembro, com 70% dos casos. O mesmo ocorre nos 21 óbitos registrados este mês, com predominância ainda maior, de 75,6%. Cerca de 90% dos óbitos são de pessoas com alguma comorbidade. “As vacinas contra a Covid que hoje estão sendo disponibilizadas, independente do laboratório, conferem proteção contra as novas variantes”, disse a diretora do Cevs. “As vacinas que estão sendo liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) provavelmente só serão oferecidas a pessoas com o esquema vacinal completo. É importante que as pessoas completem a vacinação para que possam receber esta vacina como uma dose de reforço a mais, provavelmente no início de 2023”.
De acordo com levantamento do Cevs, a maior mortalidade por covid entre a população acima dos 60 anos entre março e novembro foi de pessoas sem o esquema vacinal primário, isto é, sem as duas primeiras doses, com 451 óbitos por 100 mil pessoas. No caso de pessoas com o esquema completo, correspondente à quarta dose, a mortalidade é quase nove vezes maior, com 56 vítimas. “Quanto mais dose, melhor resposta. Há uma tendência de aumento de surtos em ambientes hospitalares e instituições de longa permanência. Mas o segundo reforço diminui a taxa de mortalidade de forma significativa”, disse a diretora do Cevs. “Quanto mais doses pudermos dar a esta população para que resgate esta resposta imune, mais evitaremos óbitos ao longo do tempo”.