Alcindo tem 55 anos e sempre trabalhou como agricultor
Foi ajudando os pais na lavoura que Alcindo Berlitz também cultivou o amor pela agricultura. Aos 55 anos de idade, ele segue trabalhando na roça e é referência no cultivo de verduras.
Sua propriedade, localizada no bairro Travessão Rübenich, integra a Rota Colonial Baumschneis. O reconhecimento se deu após a criação do sistema Colha e Pague, que há mais de 20 anos é prestigiado por pessoas de toda a região.
Com a ajuda da companheira Vanice Wiest, Alcindo administra a propriedade. Eles são responsáveis desde o plantio até a venda dos produtos. A mãe de Alcindo, dona Jerônima, 80 anos, também vive na propriedade e ajuda nos afazeres da casa. O pai, Osmar, já é falecido. “Foi deles que herdei o amor pela terra e o orgulho de viver da agricultura. Não me imagino trabalhando em outra coisa”, diz Alcindo, que é filho único.
Da propriedade, com uma extensão de 17,5 hectares de terra, dois deles são utilizados para a plantação de verduras, a principal fonte de renda da família. Eles plantam alface, rúcula, alho poró, beterraba, cenoura, rabanete, repolho, couve, temperos, espinafre, radite, brócolis e couve-flor. Tudo isso pode ser colhido diretamente pelos clientes no Colha e Pague, que está aberto nas sextas à tarde e nos sábados o dia todo. “As pessoas vêm aqui em busca de produtos fresquinhos, colhidos na hora”, diz Alcindo, contando que 95% dos clientes são de fora da cidade. “Muitos vêm de Ivoti, Novo Hamburgo, Sapiranga, Campo Bom, Esteio, Porto Alegre, Canela, Gramado”, completa. Conforme Alcindo, ele também vende verduras para a merenda escolar do município.
Na propriedade, também estão à venda produtos como bolachas coloniais, mel, pinhão, aipim, milho, ovos e frutas.
Alcindo foi o primeiro presidente da Associação da Rota Colonial Baumschneis e desde lá realizou diversos cursos na área da agricultura. Além das qualificações, o agricultor também reforça a importância de investimentos em máquinas e equipamentos.
Preocupação
Reconhecendo a presença de poucos jovens na agricultura, Alcindo conta que sua maior preocupação é, justamente, sobre quem irá administrar as propriedades no futuro. “As propriedades estão aí, estruturadas, agora basta saber quem vai tocar tudo isso”, diz ele, reforçando que as futuras gerações precisam enxergar a agricultura como uma empresa, e, além disso, reconhecer que o sustendo de toda uma população depende do setor agrícola.
Segundo Alcindo, em Dois Irmãos os produtores rurais contam com diversos incentivos, vindos da prefeitura, do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Dois Irmãos e Morro Reuter e da Emater.