Dos 120 cães resgatados, 17 reencontraram seus tutores e os demais foram adotados (Fotos: Divulgação)
Passados quase seis meses da enchente que assolou o Rio Grande do Sul, voluntários de Dois Irmãos que resgataram 120 cães nas cidades de Novo Hamburgo e São Leopoldo comemoram as mais de 100 adoções e o retorno ao lar de 17 cães que foram localizados por seus tutores.
Após meses de dedicação à causa animal, o grupo voluntário encerrou, na última semana, as atividades no abrigo provisório montado no bairro Travessão Rübenich, em espaço cedido pela prefeitura. “Foram cinco meses difíceis; curamos o medo, a fome, doenças que nem sabíamos que existiam. Lidamos com devoluções irresponsáveis, ameaças, invasões, crítica de quem não contribuiu em nada e até de pessoas que deveriam ser exemplo, mas também compartilhamos momentos felizes, preenchemos o vazio do abandono com amor, a fome com ração, sachê e comidinhas feitas com muito amor; curamos doenças com as medicações necessárias, cuidado e determinação. Vibramos com a cura, evoluções, reencontros e adoções, mas principalmente com a felicidade deles”, destacaram os voluntários, em postagem feita nas redes sociais.
Defensora da causa animal, Karen Kaefer deu início à mobilização já nos primeiros dias da enchente. Ajudou a resgatar animais de barco e buscou espaços para a montagem de abrigos provisórios com o auxílio de mais pessoas, e a partir disso começaram a chegar doações de toda a região. Este trabalho voluntário durou 153 dias. “Assim que chegavam ao abrigo, os cães passavam por triagem, recebiam banho quente, eram avaliados por veterinárias voluntárias, tomavam vermífugo e antiparasitário”, lembra a voluntária, contando que os primeiros dias foram difíceis, principalmente devido ao estado de saúde de alguns cães.
Foram realizadas várias Feiras de Adoção, buscando encontrar um novo lar para os animais que seguiam no local. E felizmente, na última semana, ocorreram as duas últimas adoções. Karen lembra, também, que alguns animais foram levados para Santa Catarina, São Paulo e Curitiba.
Destacando a sensação de dever cumprido, a voluntária agradece a todos que colaboraram com a iniciativa. “A todos que contribuíram de alguma forma, adotando, servindo de lar temporário, financeiramente ou compartilhamento nosso conteúdo, e principalmente aos voluntários, que permaneceram unidos até o final, sem desistir dos animais resgatados que tanto necessitavam de cuidados diariamente”, finaliza.
Superação
Entre os 120 cães resgatados, está a cachorrinha Zoe, acolhida em São Leopoldo. Recolhida ao abrigo, ela desenvolveu cinomose, uma doença viral que afeta o sistema nervoso e imunológico dos cães.
Mesmo diante de todos os esforços, os voluntários não tiveram condições de mantê-la no local, devido a necessidade de estrutura adequada e altos custos. Foi quando Zoe foi levada para a casa de uma voluntária. Acolhida mais uma vez com muito amor e dedicação, ela vem recebendo o apoio de veterinários, especialmente da profissional Francielle Alles, da PetStar. Zoe iniciou tratamento intensivo e está superando as dificuldades impostas pela doença. Faz sessões de fisioterapia e acupuntura para melhorar sua mobilidade.